VIOLETTA
— O que você faz aqui?
— Mamãe...
— Não me chama de mãe, sua desgraçada. _Ela me empurrou. — Some daqui, eu já disse para desaparecer da minha vida, sua c****a.
Seu ódio por mim persistia tamanho.
— Eu só queria ver minha irmãzinha... Por favor, não me n**a isso. _Juntei as mãos na boca, implorando. — Por favor, mamãe...
Ganhei um t**a forte no rosto e imediatamente levei as mãos até onde queimava.
— Você é uma cachorra miserável. Como ousa a aparecer aqui depois de tudo que me fez? Você é uma p*****a suja. Desaparece. _Esbravejou amarga, tornando a me empurrar. — Nunca mais apareça na nossa vida. Finja que não nos conhece, você não tem mais família. É uma infeliz e merece viver sozinha. _De novo, me empurrou com violência e eu cai ajoelhada no chão.
— Por que a senhora é assim comigo? _Foi um desastre tentar segurar as lágrimas, elas escorregam pelo rosto.
— Como ousa a perguntar? Você sabe muito bem o que fez. Você destruiu a minha família. Eu amaldiçoo o dia em que te dei a vida.
Humilhada, abaixo os olhos, fitando a grama do chão e chorando.
Eu nunca fiz nada.
— Irmã?
Com tudo, virei-me e vi minha irmãzinha de 7 anos na porta.
— Briana. _Sorrio em meio as lágrimas.
Minha mãe, vendo que ela correria para me abraçar, foi mais rápida e a arrastou para dentro de casa, batendo a porta com brusquidão.
Sim, a minha mãe me odiava.
E eu nunca fiz absolutamente nada.
Nunca.
***
Vendo-o na calçada, não acredito pelo horário tardio, que realmente seja o carinha que tenho que dar um perdido. 23 horas da noite.
Rapidamente, desço o vidro do carro e olho ao redor, percebendo que quase não tem pessoas na rua.
E é ele mesmo.
Escondo a minha arma e desço a mão na buzina, chamando-o com a mão.
Noto do retrovisor que ele vem e segura uma pequena caixa.
— Não está com frio? _É a primeira dúvida que me paira ao vê-lo de camiseta fina em um tempo tão chuvoso.
— Você? _Pareceu desanimado. — Boa noite. _Me deu as costas.
— Eu compro seus doces. _Gritei e ele paralisou por alguns segundos e se virou, voltando para perto do carro.
— E a sua glicose?
— Vai bem, obrigada. _Digo e no mesmo instante começa a chover muito forte, tão forte que em poucos segundos o homem está um pirão molhado. — Entra no carro.
— Não acho que seja prudente.
— Como é? _Estou incrédula.
— Eu não conheço a senhorita e não confio em você.
Caralho.
Não posso nem mais querer ser amiga do meu alvo.
Abruptamente, agarro na sua camiseta e o puxo, perdendo o sorriso.
— Você vai estragar seus doces. Aproveita, seu vagabundo, que eu estou tentando ser gentil com você. _Rosno, entredentes, sem paciência.
— Me solta. _Tentou desvencilhar e acabou rasgando a camiseta ao meio, revelando seu peitoral bem desenhado.
Eu molho os lábios.
As gotas da chuva pingava em seus ombros e descia, fazendo um lindo caminho por seu abdômen.
O desabado até que tem um abdômen sarado. Isso é inquestionável.
— Entra no carro.
— Eu não vou entrar. _Foi irredutível e saiu andando pela avenida.
Droga de homem teimoso.
Ligo o carro e o sigo.
— i****a, você vai ser atropelado.
— Eu não confio em você o suficiente para atender seu pedido e entrar no carro da senhorita. _Explicou e eu fiz careta
Um trovão se fez presente e eu me assustei, freando o carro com violência e gritando pelo impacto do movimento.
Segundos depois, o procurei na rua e ele não estava e quando olhei para o lado, me senti em um filme de terror com sua mão espalmada no vidro molhado do meu carro.
Ave Maria! Observa o tamanho dessa mão.
As pressas, destravei a porta e ele entrou.
— Desculpa, sou um tanto mimada e gosto das coisas do meu jeito. _Virei o volante, alinhando os pneus do carro. — Pode ficar tranquilo. Eu não vou te m***r. _Ainda.
— Vai querer mesmo os doces?
— O que você tem aí? _Perguntei, colocando o carro em movimento.
— Pudim e brigadeiro. Acabou os bolos no pote.
— E quantos tem? _Aciono o parabrisa.
— Quatro pudim e todos os brigadeiros, ninguém quis brigadeiro hoje.
— Você é um homem sortudo. Porque eu quero os seus pudinzinhos e seus brigadeiros. _O olhei. — Quero tudinho. _O fitei, arrastando o olhar por seus braços.
— A senhorita é estranha.
— Não discordo. Onde você mora? _Questiono.
— Não muito longe daqui. Você pega a estrada e vai reto, vira duas vezes a direita e desce uma ladeira. Moro em uma rua sem saída. _Contou. — Vai me levar até em casa?
— Se importa? _Elevei uma sobrancelha.
— Não. A senhorita rasgou minha camiseta, é o mínimo que deve fazer por mim.
Cresço os olhos, gargalhando.
Tadinho dele, é inofensivo.
— E as calças?
— O que tem minhas calças?
O encaro diretamente nos olhos, querendo ser fatal.
— Quer que eu rasgue também?
Ele se encolheu, ruborizando.
Um homem desse tamanho envergonhado.
Como pode isso?