Jason Brown
Estou desordenado, já esbarrei no sofá e no centro duas vezes, é muito para lidar.
Tem uma mulher na minha casa.
Mulher que não sei nem sequer o nome.
E se for uma bandida?
Nesse temporal que caí do lado de fora, ela pode me esquartejar e ninguém me ouvirá clamar por socorro.
Ela que não pense que vou me entregar fácil assim. Vou resistir até a morte.
— Você está nervoso. _Ela notou o que era nítido e serpenteia o olhar curioso por toda a minha casa, seguindo para a estante e recolhendo uma foto. — Quem é essa com você? _Perguntou, mostrando-me a foto.
Eu me sento no sofá, retirando do meu corpo o resto da minha camiseta rasgada.
Agressiva ela.
A mulher caminhava, vindo sentar do meu lado. Eu tremo.
— É a minha mãe.
— Muito bonita. _Elogiou. — Ela foi uma grande mãe?
Paro e penso por algum instante, então me viro para ela.
— Foi? _Repito, desentendido.
A mulher pisca os olhos e umedece os lábios.
Ela sabia que minha mãe morreu?
— Estou querendo saber se sua mãe foi uma boa mãe, na infância...
— Sim, minha mãe foi uma grande mãe. _Confesso, tomando o porta-retrato das suas mãos e pousando no centro. — Ela está morta.
— Eu sinto muito.
— Não, você não sente. Você não me conhece e não a conheceu.
— Por que está sendo grosseiro comigo?
— Eu não confio em você. Você disse que iria comprar meus doces e se enfiou na minha casa.
Seu olhar cresceu, em surpresa óbvia.
— Quer que eu dirija nesse temporal?
Engoli ar seco, focando no baralho da chuva.
É claro que não.
Seria desumano.
— Vai ficar aqui até a chuva passar e vai embora?
Ela concordou, ficando cabisbaixa.
— Você é um carinha legal, eu gostaria muito que fosse meu amigo e dividisse segredos.
Fico de pé.
— Eu não quero ser amigo de uma jovem impulsiva e m*l educada.
De imediato, ela ergueu o olhar.
— m*l educada? _Por que eu sentia como se ela mordesse a língua para não explodir?
— Você me chamou de vagabundo. Eu lembro muito bem.
— Me desculpe, foi sem intenção. _Ficou triste, juntando as mãos com inquietação.
— Eu gosto de trabalhar na rua, pode parecer vagabundagem e o que quiser considerar que seja, mas é algo que eu me sinto bem fazendo. Vocês julgam todas as formas que o povo ganha a vida. Não é errado só porque tanta gente não tem coragem. O diferente causa tanto espanto quanto roubar e ir preso.
Ela também se coloca de pé, olhando-me nos olhos, tão fundo que parece captar além da cor.
— Você tem muita garra. _Deu um passo a frente, rastejando o olhar por meus ombros e peito, tornando a me encarar. — Eu não estou nem aí para o que faz ou deixa de fazer. _Foi rude e trouxe as mãos para os meus braços, o alisando. Eu fico tenso, sentindo seu toque me arrepiar. — Eu daria para você fácil.
Rapidamente, me desvencilho do seu toque e dou a volta no sofá.
— Eu não te conheço.
— Não precisamos de tanto para você me comer. _Ela se jogou no sofá, ficando de joelhos e tentando me pegar.
Eu me afasto.
— Eu não vou fazer isso com a senhorita. Não sei nem seu nome. _Vendo ela ficar de pé, eu corro para a cozinha.
— Me chamo Violetta. Posso tirar a roupa agora? _Pergunta, sorrindo.
Eu tusso.
— Não.
— E o seu nome, qual é?
— Jason.
— Deve ser f**a t*****r com um homem que se chama Jason. Cada penetrada é um grito pedindo para que não me mate.
— Como?
— Jason Voorhees é um personagem fictício da série de filmes slasher Sexta-Feira 13. Seu nome remete a ele. _Veio até a mesa e eu dei a volta, ela me seguia. — Se bem que eu sei bem o que você vai m***r com todo esse tamanho.
— Senhorita, para com isso. _Peço nervoso.
— Sua mão é enorme. Eu já até vejo o tamanho do jubileu.
Franzio o cenho, fugindo.
— A chuva passou. _Aviso e abro a porta, quase sem fôlego. — Por favor, vá embora.
Ela sorria.
— Eu vou, Jason. _Chegou perto e pegou algo no bolso e enfiou no bolso das minhas calças molhadas. — Não adianta fugir de mim, eu sei onde você mora. _Sussurrou, beijando-me no pescoço.
Eu respiro profundamente e ouvindo suas passadas, bato a porta.
— Essa morena é completamente atentada.