Traidores

1654 Words
Dentro de um depósito... - Um livro de tamanho médio com uma capa grossa e azul escuro com alguns detalhes dourados foi encontrado na Mesopotâmia, a princípio, ele foi vendido como mercadoria barata por aparentemente só ter uma aparência bonita. Os antigos não faziam a menor ideia do tamanho do potencial daquela preciosidade. - disse Patrick sentado em uma sala, de frente para todos os seus capangas. Ele fica de pé e continua contando: - Eles perceberam que o livro era de alguma forma... especial, quando um dia, um homem o abriu para ler e o leu por inteiro. Os relatos são de que ele ficou louco, não parava de desenhar símbolos pelas paredes. Então, eles trataram de dar um sumiço no livro, as histórias são uma melhor do que a outra, tentaram fazer de tudo! Puseram fogo, fizeram um mamute pisar nele, tentaram rasgar as páginas, tentaram manchar as páginas, mas só o que realmente deu certo foi jogá-lo no fundo do oceano. Patrick deu um sorriso e foi andando na direção dos homens. - Passaram-se anos e lá estava o livro, perdido e abandonado nas profundezas abissais do oceano do ártico. Acontece que, o livro voltou para a superfície séculos mais tarde, foi encontrado por pescadores, um deles se chamava Syamar, ele foi o primeiro a ler o livro depois de tanto tempo. Imagino que vocês estejam pensando que ele também ficou louco quando o leu, bom, isso teria acontecido se ele não tivesse tido cuidado e lido apenas uma palavra quando abriu o livro. Syamar era um homem esperto, ele pressentiu tudo, sentiu o livro tentando consumí-lo. Patrick começa a passar entre os capangas e para bem na frente de um, olhando bem nos olhos dele, e diz: - O livro n******e ser lido por qualquer pessoa. Tem que ser alguém apto, alguém realmente capaz de suportar a sedução de usar e abusar daquele poder absoluto. Você deve fazer o poder se dobrar a você, não você se dobrar ao poder, como Syamar fez. Mas não se sintam tão burros, apenas alguns são afortunados de nascer com essa condição mental, como Syamar foi um desses. Adivinhem quem também é assim? Eu, eu também sou. Os capangas não reagiam, mas estavam suando bastante com Patrick passando entre eles e falando em um tom suspeito. - Estão curiosos pra saber o que Syamar fez com esse poder? Eu conto pra vocês. Primeiro, ele caçou um por um das pessoas que ele odiava e transformou a vida delas em um verdadeiro inferno. Depois, ele deu um jeito de manipular probabilidades e começou a jogar em apostas, sempre vencendo e ficando cada vez mais rico. Syamar não sabia se teria os poderes de livro para sempre, então decidiu se precaver, estabilizando sua vida completamente, se tornando um milionário em questão de meses. Tudo isso porque ele leu apenas uma única palavra do livro. - Imaginem só o que uma pessoa pode fazer se ler duas palavras, uma frase, uma página, ou até o livro inteiro? - os olhos de Patrick brilharam por um instante com seu sorriso medonho. Os capangas ainda não reagiram, e Patrick respondeu: - Acho que alguns de vocês já imaginavam essa possibilidade, por isso, estavam planejando me apunhalar pelas costas e pegar o livro de mim para vocês próprios, certo? Imediatamente os capangas que ainda eram leais a Patrick miraram as armas para um punhado de capangas que eram os traidores, esses entraram em pânico. Patrick se sentou em sua poltrona, cruzou as pernas e apoiou o cotovelo no braço da poltrona, em seguida apoiou com a bochecha na palma da mão do braço apoiado na poltrona e riu: - Vocês acharam mesmo que eu não descobriria? Que vocês iam passar batidos? Um dos capangas se ousou: - O livro não pertence a você! Patrick sorriu, e com os olhos brilhando em vermelho, ele quebrou o pescoço desse capanga. - Alguém mais compartilha das opinião torta dele? Os outros ficaram assustados vendo aquele capanga cair morto no chão de repente. Todos os soldados mantinham as armas apontadas para eles também, e Patrick aponta para um que estava no meio daquele punhado de traidores e diz: - Evan, um passo à frente. Evan estava relutante, mas um capanga cutucou as costas dele com a a**a, e ele se moveu, ficando frente a frente com Patrick. - Olha só para você agora, Evan, tá aí se tremendo dos pés à cabeça. Cadê toda aquela sua valentia quando disse que eu sou louco e fraco? Evan m*l conseguia disfarçar, suas pernas tremiam tanto que ele chega a suar aos pingos. - Senhor... acho que estava havendo algum m*l entendido aqui... Patrick riu e acenou com a mão, então uns capangas trouxeram uma TV velha, onde colocaram uma fita velha e reproduziram uma cena gravada pelas câmeras de segurança onde os capangas traidores se reuniram no banheiro para conversar: - Precisamos ter cautela, se o maluco descobrir, a gente tá morto! MORTO, vocês entenderam? - cochichou um - Relaxa, ele nunca vai desconfiar de nada. Assim que pusermos os olhos no livro, nós vamos transformar o maluco do Sandim em poeira e vamos pôr fogo nessa espelunca de cidade. - disse Evan. - PAUSA AÍ! - ordenou Patrick. Evan estava suando frio. - Sabe, Evan, eu até acho uma boa ideia a parte de colocar fogo nessa espelunca de cidade, honestamente, essa é uma ideia que eu teria tido. Mas é sério que você foi tão ingênuo ao ponto de achar que eu não descobriria? Pior, querer me m***r? Eu achei que você fosse mais inteligente, Evan. Patrick andou na direção dele e assim que se aproximou dele, ele ficou olhando o quanto Evan estava tremendo dos pés a cabeça, e Patrick sorri. - BU! Patrick deu um susto nele e Evan deu um berro, começando a se mijar na mesma hora. Patrick ria incontrolavelmente, e se esforçando muito para segurar o riso, ele olha para Evan e diz: - Tá vendo? Isso se chama poder, Evan. Apenas poucos possuem essa dádiva, e você, meu caro amigo traidor, não é um desses. Evan estava tremendo muito, mas o medo dele se transforma em coragem quando ele se arrisca a cuspir no rosto de Patrick, o qual abre um sorriso psicopata e os olhos começam a brilhar em vermelho escarlate. - Parabéns, acabou de assinar sua sentença de morte, Evan. Evan pegou uma faca de seu cinto e tentou atacar Patrick, mas ele só se defendeu segurando Evan pelo pulso e torcendo o braço dele, fazendo o homem cair no chão e começar a gritar com uma aura vermelha rondando o braço dele. - O restante dos traidores, ouçam bem. Todos imediatamente ficaram atentos em Patrick. - Sabem o que aconteceu com Syamar no final das contas? Ficou um silêncio completo. - Isso não foi uma pergunta retórica. Mas eles estavam com medo demais para falar, e Patrick grita com uma voz distorcida: - RESPONDAM! - N-Não senhor. - Assim é melhor. Querem saber o que aconteceu com ele? Eles estavam batendo o queixo de medo, e Patrick mais uma vez disse: - Não me façam repetir outra vez, isso não é uma pergunta retórica. - S-Sim senhor. Patrick riu e falou: - Ele acabou sendo morto quando deixou, por acidente, o livro largado em qualquer canto. Um mordomo viu, resolveu ler um pouco antes de guardar na prateleira dos livros empoeirados e acabou ficando louco de poder. Infelizmente isso custou a vida do próprio homem... e de todos o que estavam na mansão dele também, principalmente Syamar. O livro acabou ficando intacto, e acreditando que aquele era apenas um livro normal, as autoridades mandaram o livro para cá, para Pilgrim, para ser estudado por um dos fundadores da cidade, John Pilgrim, um dos irmãos Pilgrim. John era historiador, e ao contrário de vocês, não era nem um pouco burro. Ele percebeu que tinha algo de sinistro com o livro e o escondeu em algum lugar por aqui. Sabe, Syamar é um exemplo pra aqueles que desejam realmente utilizar o poder do livro, um exemplo real do que fazer e o que não fazer. Eu não sei vocês, mas eu aprendi bem a lição, não vou correr o risco de deixar esse livro cair em mãos erradas. Imediatamente os outros capangas começaram a disparar, matando todos os capangas traidores, exceto por Evan, que ficou gritando assistindo seus companheiros serem brutalizados bem na sua frente. Ele começa a chorar se medo e Patrick continua segurando ele, então diz: - Não precisa se assustar tanto ainda, Evan. Sua punição vai ser especial, estive reservando isso especialmente pra você desde que descobri das suas tramóias. - Não! NÃO! POR FAVOR, MISERICÓRDIA! - Ahhhhh, não me diga que vai chorar agora? Tenha culhão, Evan. Patrick torce o braço dele, e se delicia ouvindo os gritos de Evan, que começa a implorar: - POR FAVOR! PARA! ME SOLTA! - Tá bom. Patrick o soltou, e Evan se levantou e saiu correndo, os capangas iam atrás dele, mas Patrick interviu: - Não, deixem ele ir. - Mas senhor...? - Eu disse que deixem ele ir. Então os capangas pararam e ficaram olhando Evan correr a toda velocidade pelo corredor até a saída. - Corra, Evan, corra. Corra como o condenado que você é. - disse Patrick, rindo. - Quais são as ordens, senhor? - Não quero ninguém procurando por ele, deixem Evan livre, leve e solto. Ele vai deixar as coisas bem mais interessantes para nós. Patrick riu com os olhos brilhando em vermelho, em seguida olhou pro chão e disse: - O que estão esperando? Limpem essa bagunça! Tirem esses cadáveres daqui, quero meu chão limpinho, brilhando e mais cheiroso do que vocês jamais viram em suas medíocres vidas. E que isso fique de exemplo pro próximo que ousar me trair. Patrick bate palmas e eles começam a agir imediatamente.
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