Capítulo 3

1023 Words
  Catherine continua sentada, me encarando. O garçom trouxe a conta eu paguei, mas continuamos sentados arrogantemente: - Senhor Henkel eu sinto muito, mas quando escolher a conta tirou seu direito de permanecer na mesa. Tiro uma nota de cem e entrego ao garçom que demora a entender o que estou fazendo: - Traga seu melhor prato. - Estendo também o cartão preto e dourado em meu nome. - O melhor vinho e fiquem abertos até quando eu quiser ir embora. - Mas senhor ... O recepcionista coloca a mão no ombro do garçom o tirando do lado da mesa. Com o meu sobrenome posso comprar aquele restaurante, o bom de ser rico é isso, ninguém pode te impedir de fazer algo. Mas a vida não liga para o tamanho da sua conta, a vida não liga para sentimentos e a vida não liga para eu ser jovem demais para morrer. - Senhor Henkel ... - Esdras, eu me chamo Esdras, Catherine. - Estendo a carta de demissão de volta para ela. - E não vou assinar isso, nem caneta tenho. - Aqui. - Me estende uma caneta rosa e mais uma vez rouba minha taça de vinho. - Serio você é muito escroto e b****a. - Acho que você está ficando bêbada. - Assina logo isso seu b****a. - Ela grita soletrando a última palavra, confirmando a minha suspeita de que realmente está bêbada. Duas taças do melhor vinho da adega bebidos em um só gole deixa uma garotinha como ela com grandes problemas. 20 - Para começar Cat eu não posso assinar um documento oficial com caneta rosa. - Alguém me estende uma caneta azul, pego-a e quebro-a. - Como pode ver não tem caneta azul aqui. Você está bêbada, está me irritando e eu vou te levar para casa. Então faça o favor de parar com essa história de 'b****a' e me obedecer. - 'Vochê' não é meu pai. - Sorrio ao ouvir seu tom bêbado trocando a última silaba da palavra como se fosse uma criança boba. - Para de rir de miiim. - Vamos para casa. - Ajudo-a ficar em pé, ela se apoia em meu ombro e tenta, sem sucesso pegar a bolsa na cadeira. - Na minha ou na sua casa? A garçonete se aproxima e me ajuda a pegar as pertences de Catherine, bolsa, batom, um celular que não para de tocar e a porcaria da search sobre minha doença. Quando já estou do lado de fora, antes de colocar Catherine no carro, a garçonete se atreve a fazer a pergunta que todos no restaurante queria vociferar: - Vocês são namorados? - Sua expressão é de impassível, mas seu tom é como se sentisse nojo da ideia. - Não é da sua conta, mas somos só amigos, bons amigos. - E ela sabe disso? - Claro! - Exclamo irritado enquanto entro no carro e dou a partida, saio cantando pneus. *** Catherine liga o som do carro e coloca numa estação de rádio aleatória, mas não gosta de nenhuma música. Sempre começa a mexer na bolsa a procura do celular e entra em desespero quando não acha: - Henkel cadê meu celular! Me roubaram! - Cat seu celular está no meu bolso. 21 - Do que você me chamou? - Gato. - Sorrio desviando por segundos os olhos da estrada para olha-la. - Combina com você, afinal seu nome é Catherine e é muita gata. - Cara você é muito ... - b****a. Já sei. - Aperto o volante com força ao sentir um repentino vazio no estomago. - Ela dá uma gargalhada intensa, coloca os pés para cima e sua saia levanta um pouco mais de sua coxa, que eu faço o possível para não olhar. Estaciono o carro no acostamento. Gato, sim decidi chama-la assim sempre, me olha curiosa por sabre o porquê de eu ter parado. Sorrio para ela e ela faz o mesmo. Então desabotoo botão por botão da minha camisa e tiro-a ficando com o peito nu. Ela se move no banco e fica de lado, olhando-me. Coloco a camisa nela e fecho os primeiros botões. Catherine não é uma garota baixinha, mas comparada ao meu tamanho, 1; 98m, a camisa fica gigante nela, cobrindo todas as partes que antes me tentavam. Sorrio satisfeito e ligo o carro novamente, mas sou interrompido por um toque dela. Cat coloca como mãos nos meus ombros e, devagar desce até o peito esquerdo como se desenhasse algo ali. Não é um toque sensual, não deveria ser ao menos, mas todo meu corpo se arrepia e meu coração acelera tanto que posso ouvi-lo. É como se as batidas tentassem cantar uma canção para aquele momento, uma harmonia sempre igual. Gato desce a mão até o cós da minha calça e passa o dedo indicador pela costura de um dos bolsos, fecho os olhos e conto até um milhão. Ela sorri e envia a mão no meu bolso e só então percebo o que está fazendo. Tudo o que ela quer é o maldito celular que continua a tocar. O toque do celular dela é animado, uma música jovem e descontraída, logo reconheço a voz de Miley Cyrus na antiga canção Party nos EUA Ao aceitar de atender, Cat começa a dançar, joga o cabelo de um lado para o outro e simula as baquetas da bateria com a mão. 22 Volto a dirigir, ainda desconcertado, e em minutos chego em casa. Eu até queria, e deveria ter levado para a casa dos pais dela, mas eu não sabia o endereço e ela adormecera no meio da música. Pego-a no colo, sinto minhas pernas bambas e um cansaço repentino, mais um sintoma da minha doença, ainda assim consigo leva-la sem nenhum acidente. Coloco-a na minha cama e cubro-a com minha coberta e então me sento ao seu lado na tentativa de descansar um pouco antes de ir para o quarto de hospedes. Meus olhos ficam pesados e meu corpo caí sobre a cama, a películas dela. Tudo fica escuro e a última coisa que ouço é um suspiro doce: - Henkel você é tão baba ...  
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