Capítulo 03

3066 Words
— Seu corpo é perfeito! — Ouvi uma voz masculina atrás de mim fazendo com que eu me virasse rapidamente, encontrando o Jaesper encostado na soleira da porta com os lábios preso entre seus dentes, enquanto analisava meu corpo com seus olhos lentamente. Arregalei meus olhos ao ver ele e peguei o meu uniforme social, colocando contra o meu corpo na tentativa de esconder-me, arrancando uma risada gostosa de sua parte. — Sabe ler não? — Exclamei apontando para a porta enquanto meu rosto ficava quente. — Vestiário... Masculino. — Eu tinha sigo enganada duas vezes. Uma pela as meninas e outra por não olhar as coisas com mais atenção. — Melhor se trocar rápido tem meninos vindo aí. — Ele disse com a maior tranquilidade do mundo enquanto olhava para o lado. Mantenha à calma, é só vestir seu uniforme igual de manhã quando você estava atrasada... POR QUE EU NÃO PARO DE TREMER? Jaesper veio rapidamente em minha direção pegando algumas peças da minha roupa que havia no chão, empurrando-me para um local um pouco escuro ficando na minha frente, tampando-me. — Você viu o tamanho dos s***s da aquela aluna do terceiro ano? — Uma voz masculina soou no cômodo seguida de risadas. — Você só pensa nisso, que horror! —  Gargalhou um deles ao ouvir o que seu amigo havia dito. — Você só dá trabalho! —  Sussurrou Jaesper em meu ouvido me fazendo arrepiar. — Vou começar a te cobrar as vezes em que eu te salvo dessas roubadas que entra. — Eles vão nós ver. — Retribuir o sussurro sentindo minhas bochechas esquentarem ainda mais pela a proximidade dos nossos corpos. Olhei em seus olhos percebendo que o seu olhar fixou em meus olhos, mas logo desceu para os meus lábios. — Espero que não que não.... —  Ele suspirou desviando o olhar de meus lábios. — É, eles vão nos ver sim! Dizendo isso ele colocou as roupas que segurava em suas mãos no chão com sutileza. Tirando o seu blazer, colocando no chão do mesmo modelo, começando a desabotoar a blusa branca social fazendo com que eu engolisse o seco ao ver o seu abdômen totalmente definido. — O que você está fazendo? —  Indaguei baixo olhando seu abdômen umedecendo meus lábios rapidamente. — Fica quieta... —  Ele falou vindo em minha direção pousando suas mãos em minha cintura me puxando para mais perto dele, deixando nossos rostos em uma proximidade enorme, tão grande que dava para sentir sua respiração contra o meu rosto. — Seja uma boa atriz agora! —  Sussurrou em meu ouvido, começando a depositar selares em meu pescoço arrepiando-me e deixando-me bastante surpresa com a sua atitude. Entrei em seu jogo, colocando minhas mãos em sua nuca entrelaçando-a em seu cabelo, enquanto ele distribuía selares em meu pescoço que aos poucos se transformou em beijos e mordidas deliciosas. Inconscientemente, inclinei minha cabeça para o lado dando mais espaços para as suas brincadeiras, ouvindo um suspiro de sua parte seguida de um aperto em minha cintura. Sua mão que estava em minha cintura começou a se mover, indo para as minhas costas, descendo e subindo lentamente triplicando o arrepio que eu estava sentindo. — Até que você é uma boa atriz. —  Ele sussurrou em meu ouvido mordendo o lóbulo da minha orelha, em seguida mordendo o meu pescoço suavemente. — Parece atrapalhamos algo aqui... — Uma voz soou ao nosso lado, fazendo com que o Jaesper separasse de mim rapidamente se colocando em minha frente para que eles não me vessem apenas de roupas íntimas. — Pensei que estava todo mundo na aula de educação física, então resolvemos aproveitar um pouco... — Jaesper disse com um sorriso malicioso arrancando risadas dos meninos. — Vamos deixar vocês terminarem o que estavam fazendo! — O menino piscou para o Jaesper olhando rapidamente para mim. — E podem ficar tranquilos que não iremos contar para ninguém. — Ele disse antes de sair com os seus amigos do vestiário. Jaesper começou a fechar os botões da camisa, pegando seu blazer no chão vestindo. Ele se agachou pegando as minhas com uma sobrancelha arqueada. — Se veste! — Ele disse me entregando as mesmas, rapidamente vesti-as pouco me importando se estavam erradas ou não, eu só queria sair dali o mais rápido possível. — Obrigado... E-Eu acho. — Gaguejei, saindo quase correndo do vestiário deixando-o sem entender nada. No meio do caminho sentir uma mão em meu pulso me puxando fazendo-me virar rapidamente, vendo que quem havia segurado meu pulso era o Jaesper. — Porque saiu correndo? — Jaesper perguntou soltando meu pulso, mas assim que eu olhei em seu rosto, minhas bochechas esquentaram ao lembrar-me dos seus macios lábios em meu pescoço.  — Nem eu sei... — Murmurei em um tom baixo, fazendo com que ele começasse a rir. Discretamente, coloquei a mão em meu pescoço sentindo o lugar quente, onde suas mãos tocaram ainda também estava quente.  — Recomendaria passar maquiagem em seu pescoço! — Ele disse piscando se virando-se deixando-me confusa. Após alguns minutos finalmente entendi o que ele quis dizer com aquilo. Corri para o banheiro parando em frente ao espelho vendo um chupão em meu pescoço. Eu não devia ter me entregado daquela maneira. Corri para a minha sala, que não havia ninguém, aproximei-me da minha mesa procurando dentro da minha mochila uma base para esconder o chupão que ele havia me dado. Depois de tanto procurar encontrei e com o próprio espelho, escondi o máximo que eu conseguia do chupão. No final de contas, acabou que nenhum de nós dois participamos da aula de educação física, e como punição por nossa ausência, fomos obrigados a escrever uma redação de trinta linhas onde teríamos que falar o que acontece quando não participamos da aula que nos é proposta.     Depois de um bom tempo na escola finalmente era hora de ir embora. Esperei quase todo mundo sair para depois eu sair. Quando cheguei no portão principal vi minha mãe parada em frente ao carro mexendo no celular e várias pessoas tirando fotos delas e cochichando entre si sobre ela.  Me aproximei dela, calmamente, puxando o celular de suas mãos fazendo-a se assustar e soltar um xingamento um tanto alto, fazendo-me rir altamente. — Que feio mãe. — Exclamei fingindo estar decepcionada com ela, enquanto balançava minha cabeça negativamente — Eu? Xingando? Nem sei o que é isso. — Ela disse em um tom divertido, aumentando a minha risada. Adentrei o carro sentando-me no banco da frente, enquanto ela dava a volta e adentrava o banco do motorista. Olhei para a janela vendo que as pessoas ainda continuavam tirando fotos. — Ignora, é sempre assim... Como foi a aula? — Ela indagou disse ligando o carro, colocando-o em movimento afastando do colégio. — A mesma coisa de sempre. — Respondi-a relaxando-me no banco do carro, encarando as minhas unhas. — Já fez amigos? — Ela indagou novamente, assenti em resposta mentindo completamente. Em questão de minutos chegamos em casa. Assim que ela estacionou o carro na frente da nossa casa, vimos um carro totalmente desconhecido para nós duas. Descemos do carro rapidamente e adentramos a casa do mesmo modelo. Ao abrir a porta tive a visão do meu pai conversando com um homem e uma mulher na sala de estar. — Filha. — Meu pai disse assim que me viu ao eu fechar a porta com força. —  Queria apresentar seus sogros. — Apontou para o homem e a mulher, deixando-me incrédula com tamanha ousadia de sua parte. — Pode repetir, por favor... E-Eu não entendi direito. — Exclamei incrédula e torcendo que eu tivesse ouvido coisas demais. — Seus sogros. — Ele repetiu com um grande sorriso nos lábios. Olhei para a porta da cozinha e vi minha mãe com um olhar de que não sabia de nada do que estava acontecendo. — Prazer em conhecê-los! — Tentei parecer educada, mas no fundo do meu coração bondoso, eu queria mandá-los ir a merda. Olhei no rosto dos dois, percebendo que eles havia uma pequena semelhança com o rosto do Jaesper. Balancei minha cabeça rapidamente, espantando essa ideia que ele seria o meu marido. — O prazer é nosso! — Eles disseram em uníssono me encarando com um sorriso enorme nos lábios. Contive minha vontade de revirar os olhos e mantive um sorriso completamente falso nos lábios. — Você é mais bonita que nas fotos que seu pai nos mostrou! — A mulher veio em minha direção sorrindo, analisando-me de cima em baixo. — Você a fizeram com amor. — O homem disse sorrindo, arrancando risadas do meu pai e bochechas vermelhas da minha mãe. — Se vocês me dão licença, eu estou um pouco cansada e tenho várias tarefas de casa para fazer. — Exclamei rapidamente e caminhei em direção as escadas, escutando-os conversando animadamente sobre mim. Tirei aquele uniforme desconfortável rapidamente, vestindo um short jeans e uma regata. Me sentei na cama olhando para a janela, respirando fundo tentando recuperar a minha paciência. — Filha, seu pai quer falar algo para você. — Minha mãe disse, assim que abriu a porta do quarto. — Eles já foram? — Perguntei encarando-a, enquanto ela negava em resposta. Suspirei saindo do quarto junto com a minha mãe, desci as escadas parando em frente a ele com um cara nada boa. — Domingo da próxima semana você irá conhecer seu noivo, eu e seus sogros estávamos conversando e chegamos à conclusão que seria melhor vocês se conhecerem o mais rápido possível, para assim o casamento ocorrer mais rápido. — Meu pai disse balançando suas mãos animadamente, deixando-me incrédula com tal afirmação. — TÃO CEDO ASSIM? — Indaguei em um tom extremamente alto e ele assentiu em resposta. Era perceptível que ele não gostou da minha atitude. Subi as escadas rapidamente, com certeza, deixando-os confusos. Corri até meu quarto, batendo a porta com força trancando-a em seguida. Sentei-me perto da porta encostando minha cabeça em meus joelhos, respirando fundo, tentando espantar os pensamentos que tomavam conta da minha cabeça. Meu pai só pensava e nessa empresa dele, quase não dava atenção para minha mãe e nem para mim, só vive viajando, quando não está viajando está na empresa. Minha mãe não diz, mas sei que é ela é infeliz. Agora eu serei infeliz, pois irei casar com uma pessoa que eu não tenho nenhum pingo de sentimento por ela, e nem ela por mim. No final disso tudo, acabei ficando trancada no quarto o restante do dia, não lanchei e nem jantei. Meus pais vieram tentar abrir a porta e falar comigo várias vezes, porém eu ignorava-os e logo eles iam embora.   Se passaram vários dias e eu tentei convencer meu pai, porém como sempre ele me ignorou. Estava pensando em fugir no dia do encontro, mas acho que quando eu aparece-se meu pai me deixava de castigo ou me matava por ter fugido em um compromisso tão importante para ele. Acordei com me sentindo tonta e com uma dor de cabeça enorme. Destranquei a porta e desci a escada vendo apenas minha mãe na sala assistindo televisão, me aproximei dela deitando em seu colo. — Está se sentindo bem? — Ela indagou passando as mãos em meus cabelos suavemente. — Estou com dor de cabeça e me sentindo tonta. — Respondi-a inspirando e respirando fundo. Aquilo tudo era uma grande merda. — Vai comer e depois eu lhe dou um remédio. — Ela disse e eu concordei indo para a cozinha encontrando um prato em cima da mesa. Sentei-me começando a tomar meu café da manhã. Ao termino, retornei para a sala, mas não a encontrei. Subi as escadas rumo ao seu quarto. Abri a porta e encontrando-a mexendo em algumas gavetas da sua escrivaninha. — Achei seu remédio! — Ela sorriu vindo em minha direção com o comprimido em suas mãos. — O que eu vou vestir? — Indaguei descendo as escadas junto com ela. Fui para a cozinha novamente enquanto ela havia ficado na sala mesmo, pois a televisão estava ligada. — USA AQUELE VESTIDO QUE EU COMPREI PARA VOCÊ! — Ela gritou da sala enquanto eu bebia o comprimido na cozinha. — Ele é muito decotado! — Exclamei aparecendo na sala fazendo uma leve careta para a mais velha. — Mas é bonito! — Retrucou com um sorriso um tanto lerdo em seus lábios. Ele era bonito mesmo, porém muito decotado. Era preto longo, possuía uma a******a lateral que ia até a metade da coxa, e além do decote nas pernas, era todo aberto atrás sendo coberto apenas por uma renda preta. Confesso que eu estava ansiosa. Parando bem para analisar, era medo. Medo de estragar tudo e meu pai me matar ou me deixar de castigo. No mesmo dia que iriamos nós encontrar, iria ter um baile formal em nossa escola, no qual todas as meninas passavam toda hora falando sobre ele. Jaesper e eu, após o acontecimento no vestiário masculino, ignorávamos um ao outro, para a minha felicidade. [20:11PM] Já estava a noite. Minha mãe passou a tarde toda me falando em como me comportar na frente dele para meu pai não me matar e nem reclamar comigo depois. Vesti o vestido que minha mãe havia me dado, calcei um salto preto com o solado vermelho, deixei meus cabelos soltos e passei uma leve maquiagem. Desci a escada vendo meu pai falando no celular, quando ele me viu ele sorriu desligando o celular virando em minha direção. — Está divina! — Ele sorriu segurando minha mão me girando. Sorri fechado, estava nenhum pouco animada. — Logo, logo, eles irão chegar. — Ele disse no mesmo instante fazendo meu sorriso sumir dos meus lábios. Concordei com a cabeça vendo a minha mãe descendo da escada com um vestido branco cheio de rendas. — O vestido ficou perfeito em você! — Ela disse assim que me viu usando o vestido que ela tinha me dado. Se passou uma hora mais ou menos e nem sinal deles chegarem. Torcia que eles não chegassem ou que simplesmente tivessem mudado de assunto sobre o cancelamento do casamento. Seria um sonho e aí, eu acordaria dele. — Tomara que eles não chegam. — Sussurrei baixo e minha mãe ouviu dando-me uma cutucada. — Eles me ligaram e disseram que irão demorar um pouco para chegar. — Meu pai suspirou se jogando na poltrona massageando as têmporas. — Qualquer coisa, estou em meu quarto. — Murmurei levantando-me do sofá. Subi as escadas em direção ao meu quarto. Joguei-me na cama com salto e tudo. Em questão de minutos minha mãe apareceu no meu quarto me dizendo que eles haviam chegado. Concordei e ela se retirou do meu quarto. Levantei-me parando em frente ao espelho arrumando meu vestido e meu cabelo que estavam levemente bagunçados. — Vamos lá Lincy, você consegue! — Exclamei para mim mesmo soltando um longo suspiro, colocando um sorriso falso nos lábios. Sai do meu quarto e desci as escadas indo em direção a cozinha. Quando pisei o pé na porta da cozinha, vi um menino de costas para a porta encarando suas mãos enquanto sua família me encarava com os olhos brilhantes. Me sentei ao lado do menino, evitando qualquer tipo de contato visual com ele, mas ao eu olhar-me para o lado pude ver que era o tal do Jaesper. — Ei... Jaesper. — Exclamei surpresa ao ver ele na minha casa novamente. Ele se encontrava da mesma maneira. É uma coincidência, ele pode ser o irmão mais novo do casal. Ele não é meu noivo, me recuso aceitar essa ideia. — O que está fazendo aqui? — Engoli o seco, torcendo mentalmente para que não fosse ele, pois se fosse eu iria criar chifres tão alto que eu não conseguiria passar pela a porta. — Bem... — Começou o meu suposto sogro, começou a dizer sorrindo para mim e o meu pai. Olhei para o ele pegando uma taça de vinho dando pequenos goles, olhei para o Jaesper rapidamente, vendo-o colocar um pouco de comida na boca, ignorando tudo o que estava acontecendo a nossa volta. Não é ele, definitivamente não é ele! — Ele é o seu noivo! — Meu pai completou, fazendo todo vinho que eu havia bebido voltar me fazendo engasgar com o mesmo. Sabia que era ele, mas minha mente se recusava aceitar. Jaesper se levantou rapidamente, engasgado com a comida. — A... Ar. — Falei com dificuldade procurando o ar que me havia faltado ao saber da notícia. Minha mãe rapidamente me guiou até a janela onde eu pude respirar. Olhei para o lado e vi o Jaesper com as mãos no joelho respirando fundo. Ele me encarou e me chamou para ir lá fora. — Irei lá pra fora... — Sai da cozinha e em seguida da casa, deixando-os na cozinha conversando, tão pouco importando que seus filhos quase morreram com a notícia. Chegando lá fora encontrei o Jaesper passando as mãos no cabelo bagunçando-os com força, mostrando o quão furioso estava. — POR QUE NÃO ME DISSE QUE VOCÊ ERA MINHA NOIVA? — Ele gritou e eu arqueei minha sobrancelha perante sua atitude. — Por que eu também não sabia né? Isso também é novidade para mim! — Menti na maior cara lerda, pois eu sabia sim, só me recusava aceitar. — HÁ, HÁ, HÁ. — Ele fingiu estar rindo olhando fixamente pra mim. — ISSO NÃO É DESCULPA! — Olhou para minhas roupas rapidamente antes de olhar para o meu rosto novamente. — ESTOU NEM AI PARA VOCÊ, EU QUERO MAIS QUE VOCÊ PEGUE ESSE CASAMENTO, OS SEUS PAIS, E ENFIE-OS NAQUELE LUGAR SEU! — Retribui o grito entrando em casa novamente, deixando-o lá fora surpreso pela a minha atitude. Fui ao meu quarto, assim que entrei comecei a mexer em uma das gavetas da mesa de canto encontrando a chave da minha moto. Peguei-a saindo do meu quarto e da casa em passos rápidos e fortes, fazendo o barulho do salto soar por todos os cantos. Adentrei a garagem pegando a minha moto, onde tinha dois capacetes nos retrovisores. Coloquei ela para fora e inserir minha chave para a ligar. Preparei-me para montar enquanto pensava em um bom lugar para resfriar um pouco a cabeça. — Me passa a chave! — Jaesper disse parando ao meu lado, pegando um dos capacetes que estavam no retrovisor.  
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