O REI PARTE II O QUE ACONTECEU DEPOIS

Esclarecendo

_ Eu já amei ela. Mas não é dessa forma. Ela é minha irmã. Não terei um filho com ela. E vou protegê-la de todos que se oponham a nossa vontade, pois sei que ela também não sente esse tipo de amor por mim. – Tomás disse ríspido.

_ Ai que você se engana, Tomás. – Lenda disse com um sorriso. – Você pode conquistá-la. Ela não terá nenhuma lembrança de você. E acredite, você é bem formoso. Faz bem para vistas olhar para você. Isso não vai passar despercebido por ela.

Tomás sentiu seu rosto ficar vermelho e sua indignação começou a passar. Desde que se lembrara de tudo, parecia que ele estava voltando a ver o mundo como via antes. Era totalmente apaixonado por Mary, mas era só uma paixão de adolescente. Ele não tinha mais nenhum interesse nela, mas o silencio de seu pai e Afhany, dizia que eles estavam de acordo com aquilo. Ele não conseguia entender. Tantas vezes Afhany se desentendeu com sua mãe por querer essa união, e agora... Ela se cala. Eles estavam escondendo algo. Não contaram tudo para eles.

_ Mentor não deve interferir na presença de Mary aqui. – Lenda continuava, enquanto andava de um lado para outro. – O dia que forem visita-lo, não devem menciona-la. E devem a deixar aqui. É óbvio.

_ Mas porque Mentor não pode se lembrar dela? Eram tão amigos... – Liane contestou.

_ Faliel sabe o que faz. Pode acreditar que ele tem seus motivos para não querer que ambos se encontrem. Devem continuar ignorando a existência um do outro. E quando acontecer de Mentor desejar vir aqui para visita-los junto com seus pais, você Moisés deve manda-la junto com Leal para outro mundo. Ela não deve estar jamais sob o mesmo teto que ele.

_ Mas o que direi a ela para que não desconfie de nada? – Moisés perguntou sem saber como cumprir aquela parte.

_ Pergunte a Samy. Ela é cheia de ideias e poderá lhe ser de grande ajuda. – Lenda respondeu fitando Samy e vendo-a ficar vermelha novamente.

_ Agora só temos mais uma questão. Sobre Maureen. – Lenda disse e olhou para o guardião atrás de si e ele desapareceu no ar numa explosão de luz. – Ele é muito mais que o filho de Moisés e Afhany. Infinitamente mais sábio que qualquer um de nós. Ele é um adulto em miniatura. O poder unido dos guardiões somados aos poderes de Afhany e Moisés e ainda com uma quantidade significativa de poder que ele sugou dos ceifeiros e sentinelas e até mesmo do próprio Klainer, que demorou mais que o esperado para se recuperar por esse motivo, o tornou uma criatura jamais vista e muito poderosa. O que nos leva a crer, muito perigoso também. Moisés e Afhany, se vocês não quiserem que ele destrua ou seja destruído, devem procurar uma forma de drenarem a maior parte da energia dele. Por isso a importância de um filho de Mary com Tomás. Ele receberá por vontade própria agora, poder de todos os seres que Maureen teve acesso. E somado aos poderes de Tomás e Mary, que são muito grandes, ele se tornará a única pessoa capaz de parar Maureen. Se ele se voltar contra vocês.

_ Então pode ser filho de qualquer uma com Tomás. Vocês podem tornar qualquer criança poderosa o suficiente para combater Maureen. Não vejo necessidade de ser minha filha com Seu próprio irmão! – Argumentou Afhany.

_ Não é qualquer criança que sobreviveria ao ser preenchido por tanto poder. E tem que ser filho de duas pessoas poderosas...

_ Então porque você não faz esse filho com Tomás? Também é poderosa e acabou de dizer que o acha atraente, não será um sacrifício para você, de forma alguma.

Lenda a fitou surpresa, depois sorriu serenamente.

_ Sim. Eu teria essa criança com maior prazer, mas infelizmente não seria uma criança adequada, pois não seria de pais iguais... Sou muito mais forte do que pareço, mas um filho meu com um jovem que não é da minha espécie, não seria um candidato ideal...

_ Oras! Então faça com alguém do seu povo.

_ Afhany, você quer ver seu povo livre mas não que sacrificar nada? Acha mesmo que sou obrigada a salvar vocês? Ainda que não façam nada por merecer? Eu estou a anos aqui dentro desse palácio impedindo a invasão dos singates, usando minha energia até a exaustão pois protejo dia e noite e agora você quer que eu tenha um filho que seria improvável que servisse aos propósitos esperados de um filho de Mary que já tem o destino traçado para combater Maureen? Ou ao inimigo? É muita pretensão sua, minha querida. Mas não é esse o meu destino. – Lenda não alterou a voz, mas a firmeza e a dureza de suas palavras, demonstravam o quanto Afhany a irritou.

_ Lenda, por acaso alguém aqui pediu para que você nos protegesse em segredo dos singates? Porque não nos contou para que lutássemos juntos? Você está revoltada por estar aqui? Então saia! Vá embora! Nós nos viramos sem você! Acha injusto que eu não aceite que determine com quem minha filha vai ficar? Tenha seus próprios filhos e deixe que outra pessoa dite as regras da vida dele, e veremos que atitude você vai tomar! – Afhany disse bem agressiva e nervosa.

Lenda a fitou suavemente.

_ Entendo sua posição de mãe Afhany, mas a ideia de uma união de Tomás e Mary não é minha. Não vou considerar as coisas que disse porque entendo que esteja nervosa. Não posso ir embora e deixá-los sem uma p******o devida, já que os guardiões não entram nesse tipo de batalha que estou enfrentando por vocês. E ainda há outra coisa que vocês precisam saber sobre Maureen. Nós não fazemos ideia de quando ele vai se cansar de brincar de ser criança. Com o poder dele, ele pode acelerar o crescimento dele e em poucos dias se tornar um adulto. – Lenda deu um suspiro. – Alguém tem alguma duvida?

Briam levantou a mão e fez com que Lenda abrisse um sorriso.

_ Diga Briam.

_ Essa moça que eu vejo em minha cabeça agora, é minha irmã também?

_ Sim. Ela é sua família também. Trate-a bem, sim?

_ Porque está dizendo essas coisas sobre Maureen? – Afhany perguntou ainda emburrada.

_ Ele ameaçou Samy, eu então tive uma longa conversa com ele essa manhã. Talvez a mesma que Faliel teve.

_ Isso é verdade Samy? Maureen nem sabe pronunciar as palavras direito ainda... – Afhany perguntou desconfiada.

_ Sim. É verdade. – Samy disse de seu lugar.

_ E sobre o que conversou com ele? – Moisés quis saber.

_Contarei como foi nossa conversa. Esta manhã, quando o peguei em seu aposento, o troquei e o levei para que brincasse com outras crianças. Quando estava bem entretido junto com as outras crianças, eu o chamei na mente colocando em minha voz um tom de urgência.

“_ Maureen! – Eu chamei e ele imediatamente me fitou nos olhos. Parecia não saber se eu estava brincando, ou se realmente havia alguma coisa acontecendo, o certo era que ele me ouviu. E quando percebeu que fora descoberto, ele largou os brinquedos e cruzou os braços com um sorriso em seus lábios nada infantil.

“_ Aquela bobona da Samy te contou...” – Ele supôs acertadamente, me respondendo em minha mente. “_ E o que pretende fazer com essa informação? Vai contar aos meus pais?”

“_ Sim, é o certo a se fazer.”

“_ Eles vão ficar assustados.” – Ele disse parecendo preocupado.

“_ Sim. Você não devia ter ameaçado sua irmã. Agora haverá consequências... Não podemos deixar que você fique livre...”

“_ Não ameacei Samy. Apenas lhe dei um aviso. Ainda não sou muito bom com palavras nesse mundo. Não foi minha intenção deixá-la com medo. Apenas quis avisa-la que estava em perigo...”

“_ Como você sabia que ela estava em perigo?”

“_ Eu ouvi a conversa que Liane teve com aquela criatura e ouvi também a sua conversa com ela na cozinha. Senti a energia que fluía em torno de Liane e sei que se trata de uma criatura das trevas. E sei que ela reuniu poderes para atacar a todos nós. E nem Liane e nem Samy sairiam vivas de um confronto com essa criatura.”

“_ Então você só tentou protegê-la?”

“_ Sim.”

“_ Você conhece a identidade desse inimigo?”

“_ Sim e não. Vi a criatura, mas como ainda não estou acostumado com meus poderes só consegui visualizar a sua essência... Ela é como uma sombra. Anda em meio aos singates como se fosse um deles, mas muito mais poderosa que eles. E vi que ela é fatal. E ela vai m***r pessoas desse palácio, da família real.”

“_ Você está me dizendo que essa criatura vai tentar entrar aqui e m***r alguém de sua família?

“_ Ela não vai tentar. Ela vai entrar. Já entrou outras vezes para saber se meu pai ou meu tio, ou até mesmo você conseguiam sentir a energia dela. E ela ficou muito feliz de saber que não. Nenhum de vocês são capazes de detectar a presença dela.”

“_ Mas você sentiu?”

“_ Na primeira vez que a vi aqui dentro, eu me esforcei um pouco para sentir a energia dela, para saber como ela estava passando por todos sem ser vista. Depois desse dia, sinto ela toda vez que entra aqui. E ela estava seguindo Samy, um pouco antes dela sair, quando resolvi alertar ela.”

“_ E como você sabe que essa criatura vai m***r alguém aqui dentro?”

“_ Não sei dizer. Só sei que sei. Talvez Faliel possa explicar como eu sei...”

“_ Como conhece Faliel? Ele não é muito sociável! “

“_ Não o conheço. Mas já senti a presença dele aqui também. Ele vem as escondidas, assim como a outra criatura, mas ele não quer fazer o mal... Só está curioso ao meu respeito.”

“_ Ele nunca me disse nada sobre vir aqui.”

“_ Vou chamá-lo. Está na hora de nós dois conversarmos.”

“_ E porque você acha que ele viria? Não é do feitio dele. No máximo mandará um guardião para saber o que você quer dele.”

“_ Ele está vindo. Pediu para que você me leve para seus aposentos, para conversarmos mais a vontade.”

“_ Como assim? Você já falou com ele?” – Eu perguntei assustada.

“_ Já. O que você não entende, e ele também não, é que sou um ser mais parecido com ele do que qualquer outro ser. Mas Nós não somos iguais. Temos poderes intensos, mas diferentes. Uma luta entre nós dois, seria... Interessante, porém não consigo visualizar um vencedor. Ele sabe porque estou aqui, mas eu não sei. Queria ser uma criança normal, mas não tenho essa opção.”

“_ Maureen, eu te amo tanto... Por favor, não vá para o lado das trevas, ou você não me deixaria outra alternativa, a não ser destruí-lo...”

“_ Também te amo Lenda. Você também é minha mãe. Mas eu não posso garantir que não vá para o lado das trevas. Não sei nada sobre mim... É melhor que estejam preparados para a hipótese de eu entrar para o time da criatura das trevas que entrou aqui dentro. Talvez nada vai acontecer comigo, mas sinto que minha personalidade e minhas preferencias não estão definidas. Por isso volto a repetir... Fiquem precavidos.”

“_ Eu tentarei salvá-lo se ver que você está mudando de lado.”

“_ Você não poderia. Tenho um senso muito grande de dever. E talvez, eu seja obrigado a lutar contra a minha família, para que um bem maior aconteça, então, não entre em meu caminho.”

Eu comecei a chorar e ele me olhou maravilhado. Se aproximou de mim e tirou minhas lágrimas e as colocou na palma da mão a transformando em uma gota dourada, da cor de meus olhos...

“_ Faliel já está aqui. Está me esperando. Não posso ir sem você. Sabe que a cozinha está cheia de criadas que me impediriam de entrar no túnel sozinho.” – Ele me disse e eu peguei em sua mão e o levei para meus aposentos e não fiquei surpresa quando vi Faliel lá, acompanhado por esses dois guardiões e me dando instrunções sobre o que eu deveria dizer a vocês. –Lenda disse terminando o relato comovida, como nenhum deles jamais havia visto, pois ela sempre estava serena.

Todos ficaram em silêncio. Seria difícil encarar Maureen de novo como sendo apenas uma criança. Afhany só pensava em quanto tinha sido injusta com ela e como lhe pediria desculpas. Naquele momento o guardião que tinha saído voltou com Maureen em seu colo e o colocou no chão. Ele foi direto para os braços de Afhany que o acolheu com carinho. O guardião que acabava de voltar foi até Lenda e lhe disse algo em seu ouvido. Ela fitou todos e acenou afirmativamente com a cabeça.

_ Maureen pediu a Faliel, depois de uma longa conversa, que o ajudasse a ser uma criança normal. Faliel fez o que pôde. Ele, por enquanto não tem ideia de que não é uma criança. Pensa como uma agora. Mas não há previsão de quando ele voltará a pensar como adulto. Pode durar horas, dias, meses e até anos. Só tenho mais uma coisa para dizer. – Lenda disse e olhou para Otávio. – Seus pais já estão prontos para vir lhe buscar. Então pense bem no que quer fazer. Agora vamos nos retirar. Vocês devem ter seus planos para o dia de hoje.

_ Quando Samy deve ir buscar Mary? – Moisés perguntou ansioso.

_ Pelo que vocês já sabem, o quanto antes melhor. Hoje está um bom dia para viajar pelos mundos. - Ela disse e saiu flutuando da sala. Os guardiões ficaram mais um pouco a pedido de Avell. Apesar de seu amigo não concordar, ficou assim mesmo, fora criado para não abandonar seu parceiro em nenhuma circunstância.

“_Samy...Você deseja cavalgar hoje?”

“_ Lamento! Tenho que ver com minha família como vou para o outro mundo buscar minha irmã...”

“_ Em outra ocasião então?”

“_Eu adoraria!”

Ele sorriu e numa mesma explosão de luz, desapareceram os dois guardiões.

Moisés olhou para os outros com seu coração em festa, mas sua felicidade fora nublada pelo semblante de todos da sua família que agora observavam Maureen com medo e insegurança. Viu quando Louise pegara Lukas e o segurara em seus braços como se quisesse protegê-lo e Demy fizera o mesmo com Samuel. Isso entristeceu seu coração. Será que não tinham ouvido que ele agora era como uma criança normal. Afhany estava com Maureen nos braços, mas Moisés viu que ela também percebera a atitude de suas amigas. Porém, ele não podia se ater aquele problema agora. Tinha que mandar Tomás para o palácio do avô e depois levar Samy para o mundo onde Mary fora escondida.

_ Então, Simas, assim que estiver pronto pode convocar o exército para que treinem.

_ Não vejo mais razão para isso. – Simas disse desanimado.

_ Como assim? Você não ouviu Lenda? Podemos ser atacados por singates a qualquer momento.

_ Nosso exército não vai saber como destruí-los. Seria o mesmo que manda-los para morte.

_ Eu sei o que fazer. – Disse Tomás num impulso... – Meu avô tem uma magia que repele ataques de seres das trevas. Só precisarei que me tragam escudos e espadas, para que eu lave na poção de magia pura para combatê-los. Assim poderão lutar com igualdade, podendo se defender e atacar com eficácia.

Moisés olhou orgulhoso para seu filho.

_ Então Simas? – Moisés perguntou.

_ Irei reuni-los no pátio coberto, próximo da estufa. E começaremos já o treinamento.

Moisés se levantou.

_ Vamos Tomás. Lhe enviarei para o palácio de seu avô. – Ele disse e estendeu a mão a Tomás ajudando-o a se levantar. E os dois seguiram para a sala do trono.

Afhany, sentindo-se irada pela rejeição ao seu filho, demonstrado pelas suas amigas, pegou Maureen e sem dizer uma palavra, fora para a sala de estudos, onde ficou brincando com seu filho por algumas horas, até que Lenda voltou para buscá-lo para a refeição da tarde. Assim que a viu, Afhany sentiu suas bochechas queimarem.

_ Lenda... Eu não devia ter falado com você daquela forma. Fui tremendamente injusta e ingrata com você... Por favor, me perdoe...

_ Não guardo essas coisas no coração. Você já estava perdoada antes mesmo de começar seus ataques. Sei que não é fácil para você, que tem o espirito de uma guerreira... Você é uma mulher forte. Saberá conduzir as coisas. Não fique pensando no destino de sua filha... Destinos vão mudando no decorrer do tempo, dependendo das escolhas que fazemos... Nada é certo. Não precisa lutar contra mim, nem contra o destino de sua filha. Porque no fundo tudo não passa de especulações...

_ Mas Maureen disse coisas terríveis!

_ Sim, mas nem mesmo ele tem certeza de nada, contudo ainda quer que tenha alguém, por precaução, que possa impedi-lo caso o que ele não quer que aconteça venha a acontecer, justamente por saber que o destino vai mudando... Ele é sábio. Você deve se orgulhar dele, seja qual for a escolha que ele fizer em alguma parte do caminho. As vezes precisamos ouvir coisas ruins e duras para tomarmos um choque de realidade. E não só você, como toda sua família, estavam muito acomodados com a situação em que estavam vivendo. Nada será igual mais para vocês. Vão voltar a ter paz. Mas não sei se nesse processo de lutas e mortes, vocês passarão sem remoer mágoas, conseguindo não colocar o dedo na ferida de quem amam. Vai mexer muito com vocês os acontecimentos que estão por vir. – Lenda disse de forma reflexiva.

_ Obrigada por tudo. Jamais esquecerei sua ajuda e seu carinho pelo meu filho. Acho que as outras mães não vão permitir que Maureen volte a brincar com seus filhos...

_ Isso está te corroendo por dentro né? Fique tranquila. Isso não vai acontecer. Tanto Demy, como Louise, amam você e seu filho. Agora mesmo, as babás já estão subindo com as crianças delas, sem nenhuma recomendação contra Maureen. O que aconteceu quando sai, foi um ato impensado das duas que se arrependeram assim que você deixou o recinto.

Afhany se levantou e abraçou Lenda. Amando seu perfume.

_ Acho que no fim, você é realmente a melhor pessoa para lidar com Maureen...

_ Vocês vão receber a visita de Eliza e sua família. Conte a ela em segredo que sua filha vai retornar. E ela deve passar a informação para Alfred. Lembre-se de não mencionar Mary na presença de Mentor. – Lenda acabou de falar e as babás entraram com as crianças e Lenda junto com elas, sentaram-se no chão para verem as crianças brincarem e esperarem que trouxessem o alimento deles.

Afhany entendeu que a conversa estava encerrada e foi para seu aposento se preparar para a refeição da tarde e para as visitas. Ela estava feliz e consolada pelas palavras de Lenda. Ela sempre a julgou m*l, mas sua intuição dessa vez estava muito enganada. Lenda era uma criatura de excelentes padrões morais.