Eu deixei o telefone em cima do banco do balanço. Receber um presente dele é quase o suficiente para me fazer esquecer de suas palavras.
Eu disse quase.
— Posso abrir?
— Com certeza.
Eu nem queria abrir meus presentes, mas os que eu recebo de Nate estão sempre em primeiro lugar na minha lista. No passado, ele sempre me dava brinquedos e livros. Esta não é a embalagem de um desses. O que já enche o meu coração de esperança, que ele tenha notado que eu cresci.
Quando abro a caixa, eu encontro uma pulseira de ouro com um coração preso numa corrente. Eu brinquei com ela entre os meus dedos e sorri. — É tão bonita.
— Meu assistente que escolheu.
Eu arrasto o meu olhar da pulseira para ele.
Eu sabia que ele nunca iria escolher algo, mas seja o que for, ele lembrou de mim, é tudo o que importa.
— Ainda é bonita. Obrigado.
— O rei disse que quer estudar direito.
— Sim. Ele é meu modelo.
— Você Pode me ajudar a colocar?
— Não.
A sua recusa me faz estremecer. Normalmente, ele não recusa os meus pedidos. Mesmo que eu conheça Nate toda a minha vida, eu sempre fui intimidada por ele de uma forma ou de outra.
Como as pessoas são intimidadas pelo meu pai, eu acho.
— Por que não?
— Você pode fazer isso sozinha. A sua expressão se fecha, e eu sei que ele vai fazer, como sempre faz. Vai sair fechando a porta na minha cara.
E, se ele fizer isso, o meu plano para hoje vai ser um fracasso épico.
Se ele for embora, eu vou ter nada.
Ele ainda não me vê como uma adulta. Ele ainda pensa que eu sou uma criança, e se eu não fizer algo a respeito, isso nunca vai mudar.
Se eu não fizer algo, eu sei que vou me arrepender para o resto da minha vida.
Então eu reuni o resto da minha coragem e deixei a caixa junto com o telefone no balanço, e me levantei.
Graças ao genes do meu Pai, eu não sou baixa, mas ainda assim eu ma*l conseguia chegar nos ombros de Nate, mesmo com os saltos. Ah, e eu sou tão pequena, se comparada ao seu corpo amplo e a massa dos seus músculos tonificados.
Mas eu não deixo que isso me pare e eu dou um passo mais perto, até que meu sei*os quase estivessem batendo no seu peito.
Não é a primeira vez que eu fiquei bem perto dele, mas é a primeira vez sob estas novas circunstâncias, e, parece que eu estou no meio de todos os meus sonhos, onde ele é sempre o personagem principal.
Sonhos que me deixam molhadas e dói exigindo um toque.
— O que você pensa que está fazendo? A sua voz é tão dura como o seu corpo, mas ele não recuou ou me empurrou para longe.
Ele permanece ali como uma parede sólida que eu sempre quero subir.
— Você não pode me ajudar a colocar a pulseira?
— Eu disse que não.
— O que há de errado com isso?
Faço uma pausa nas minhas próprias palavras.
Eu sei que estou perto de fazer.
Eu e Nate.
Nate e eu juntos.
Mer*da. Eu preciso lavar a minha mente com cloro e espero que todos os pensamentos sujos desaparecam.
— Volte para a sua festa, docinho.
Eu torço meus lábios em desaprovação. Ele nunca me chama pelo apelido que muita gente me chama, e eu odeio isso.
Colocar distância entre nós é a última coisa que eu quero, então eu empurro o meu corpo para a frente, jogando com uma linha invisível, onde o seu mundo, está separado do meu.
Porque eu sou uma adulta agora e eu posso fazer isso.
— Eu quero estar aqui, Nate.
As suas espessas sobrancelhas mergulham para o meio. — Do que você acabou de me chamar?
— Nate. Eu digo, reduzindo o espaço entre nós, com um pouco de medo. Porque, pu*ta mer*da, a sua profunda e áspera voz e o aperto contra o seu corpo pode ser assustador.
Meus pensamentos são confirmados quando ele diz com firmeza, com um ar autoritario que vai direto para os meus ossos. — É Tio Nate.
— Eu não quero chamar você assim.
— Não cabe a você decidir. É Tio Nate, entendeu?
Eu engoli o seu não-negociável tom. Não admira que ele é uma força a ser reconhecida no tribunal. Se eu fosse um criminoso, eu estaria me ajoelhando diante dele agora.
Inferno, eu estaria nos meus joelhos mesmo sem ser uma criminosa.
— Responda-me, Candy.
— Sim. Tudo bem. Respondi bufando.
Ele estreita os seus olhos e que eu sei que ele odeia, quando desperdiçamos palavras. Ele me disse isso uma vez, para medir as minhas palavras antes de deixá-las soltas, mas eu não sou tão disciplinada ou tão assertiva como ele é. Nunca fui e provavelmente nunca serei.
Mas uma parte de mim deseja ser, porque se eu for, ele vai me ver como uma mulher, não como uma garota.
Uma mulher.
Mas, em vez de comentar as minhas palavras, ele diz: Agora volte para a sua festa de aniversário.
— Eu não quero.
— Candy! Ele adverte.
— Eu quero um presente de aniversário.
— Eu já dei um.
— A pulseira não conta, porque ele foi escolhida por seu assistente. Eu realmente não acho que foi r**m, mas ele não precisa saber disso.
Ele solta um suspiro. — O que você quer?
— Eu posso pedir qualquer coisa?
— Dentro da razão.
— Você me disse uma vez que a razão é subjetiva. Isso significa que o que você vê como a razão é totalmente diferente do que eu vejo.
— Correto.
— Então, você não pode dizer que agi irracionalmente, ok?
Antes que ele possa formar idéias ou teorias, eu pego a lapela do seu paletó, e achato os meus sei*os contra o seu peito, e fico na ponta dos pés.
O momento que os meus lábios tocam os seus, eu acho que eu já atingiu um outro nível de existência. Um que eu não tinha idéia que existia. Eles são tão macio e quente, mas tem uma base de dureza, como o resto dele.
Eu movo a minha boca contra a sua fechada, até que eu coloco a minha língua para fora para lamber o seu lábio inferior.
É estranho, mas é bom. E eu não paro.
Deus. Ele tem um sabor ainda melhor do que eu imaginava nas minhas fantasias proibidas.
Ele não abriu a boca ou me beijou de volta, e todo o seu corpo se transforma em granito contra o meu.
Desde que eu testemunhei ele lutando com o meu pai, inúmeras vezes, eu sei que ele tem um corpo de aço, mas, na verdade, sentindo o seu corpo contra o meu, é uma experiência muito superior.
Se eu pudesse ficaria aqui a minha vida inteira.
Infern*o, eu estou pronta para aceitar qualquer coisa que a vida me desse, se significasse viver este momento mais e mais.
Eu faria qualquer coisa para começar a existir para ele.
No entanto, o meu pequeno momento de êxtase termina, quando sou puxada para trás com um puxão no meu cabelo.
Eu inclino minha cabeça para trás para que ele não puxe mais, e olho nos olhos dele. Há um selvagem escuridão que coincide com o aperto de seus dedos em meu cabelo. É uma corrente escura e eu estou presa no meio dela.
— Não faça isso de novo. Entendido?
Meus lábios tremem e eu não posso evitar. A única coisa que eu faço, é lamber os meus lábios para sentir o seu gosto.
Nate não tem nada expressivo nos olhos, eu apenas vejo ele pressionando a mandibula. É um movimento pequeno, mas eu me sinto tão enorme, tão importante.
— Diga que você entendeu, Candy! Ele diz, ainda olhando para meus lábios antes que ele erga a cabeça e olhe para os meus olhos.
— Eu-eu entendi.
Eu espera que essas palavras fossem o suficiente para ele me largar. Mais ele continua com a sua mandíbula flexionada e me segurando pelos cabelos.
Ele balança a cabeça e solta os meus cabelos, então se vira e sai. Seus passos são longos, mas há algo diferente dessa vez. Como a tensão em seus ombros.