Alessandro Volkov
Três dias haviam se passado desde que Sergei interrompeu nossa frágil paz. O apartamento, que antes pulsava com o calor do nosso jogo de entrega mútua, agora parecia uma fortaleza vulnerável. Cada porta trancada, cada câmera de segurança posicionada nos cantos, tornava-se um lembrete de que Sergei ainda pisava implacável em nossos passos.
Eu havia passado aquelas noites em claro, percorrendo mapas de paranoia — conferindo câmeras, trocando senhas, reavaliando cada funcionário da empresa que tinha acesso aos nossos sinais vitais, relatórios, até às imagens das câmeras de segurança. Mas nada me preparou para o inevitável: o pacote que encontrei na porta do meu escritório, acomodado sobre a mesa, exatamente às oito e trinta da manhã.
Era uma caixa simples, sem remetente. O lacre de fita preta contrastava com o papel pardo amassado. Coloquei os pés na cintura, respirei fundo e rasguei a tampa. Dentro encontrava-se um pendrive e um cartão com um único símbolo impresso em relevo: um “S” envolto por correntes. Meu coração apertou.
Levei o pendrive até o laptop e conectei-o. A tela escureceu por um instante antes de exibir um vídeo. A voz grave de Sergei preencheu o ambiente:
“Alessandro Volkov, você sabe o preço de um segredo. Por anos, construiu sua reputação sobre sorrisos brilhantes e façanhas impiedosas. Mas o mundo precisa conhecer sua face verdadeira: o homem que ordena assassinatos velados, o amante que domina com crueldade, o CEO que manipula e subjuga para sentir-se vivo. Se não cumprir minhas exigências — minhas condições — todo o material que tenho de você e de Olivia será entregue à imprensa. Vídeos, áudios, fotografias… O lado sombrio de vocês dois será a manchete global. Você tem sessenta e oito horas para decidir. S.”
Meu sangue gelou. Sessenta e oito horas. O prazo que marcava o fim da nossa ilusão de controle. O prazo que me forçaria a escolher: ceder às ordens de Sergei — seja lá quais fossem — ou ver Olivia exposta e humilhada, seu nome vinculado ao meu.
Fechei o arquivo, o laptop deslizando pelo tampo da mesa. Fiquei parado por um instante, sentindo o peso de cada palavra de Sergei martelar em minha mente. Precisava agir rápido, mas também cuidadosamente. Não podia deixar que o pavor me dominasse, não enquanto ela ainda depusesse sua confiança em mim.
Olhei pela janela: o sol de outono já aquecia a tarde, refletindo nos prédios vizinhos. As árvores do parque ao fundo se moviam com a brisa, como se observassem minha angústia. Não tinha outro caminho a não ser retornar ao nosso refúgio — ou seria nossa cela? — e conversar com Olivia. Precisávamos traçar uma estratégia conjunta, mesmo que ela não soubesse todos os detalhes. A confiança era frágil, mas era tudo que restava.
Desci ao andar de baixo, meu terno impecável escondendo o tremor em minhas mãos. No salão de entrada do apartamento, encontrei-a reclinada no sofá, lendo um livro antigo que encontrara num dos armários. Quando me viu, fechou o volume rapidamente e ergueu o olhar, preocupada.
— Aconteceu algo? — perguntou, a voz suave, mas a apreensão evidente nos olhos.
Balancei a cabeça e me aproximei, depositando o pendrive e o cartão sobre a mesinha de centro.
— Recebemos um ultimato. — Segurei sua mão e conduzi-a até a sala de jantar, onde nos sentamos frente a frente. — Sergei tem uma gravação ameaçadora. Ele vai expor tudo — nossas fraquezas, nossos segredos mais sombrios — se eu não obedecer às exigências dele dentro de sessenta e oito horas.
Olivia ficou pálida. Seu corpo enrijeceu, mas se manteve ereta, digna. Ela cerrou os lábios, controlando o susto.
— O que ele quer? — sua voz foi um sussurro.
— Não sei… Ele não especificou ainda. Provavelmente algo que me coloque contra a parede. — Olhei profundamente em seus olhos. — Mas eu não vou permitir que exponha você. Nunca.
Ela me observava, a expressão dividida entre confiança e medo.
— E o que você vai fazer? — perguntou, aproximando o corpo do meu, buscando calor.
Levantei o olhar, firme.
— Vou lutar. — A voz saiu firme, decidida. — Mas preciso de você comigo. — Pousei a mão sobre seu rosto, sentindo o calor de sua pele. — Confiança absoluta. Sem mentiras, sem omissões. Temos que enfrentar isso juntos.
Olivia acariciou meu pescoço, o toque delicado contrastando com a tensão que nos envolvia.
— Confiança — murmurou. — Eu confio em você. Mas tenho medo do que ele possa revelar.
— Não vai revelar nada, — assegurei, inclinando-me para beijá‑la. — Enquanto eu respirar, protegerei seu nome. Sua reputação. Sua vida.
Seus olhos se fecharam no primeiro toque dos meus lábios, e o ambiente inteiro pareceu se aquecer. A tensão s****l que sempre existira entre nós explodiu naquele instante, abrindo passagem para uma necessidade tão urgente quanto o medo que nos maculava.
Soltei‑la suavemente e me inclinei sobre a mesa, puxando-a pela mão até à cama. O livro caiu no chão, esquecido. A ansiedade e o desejo se misturavam em meu sangue, transformando minha vontade em fogo. Ao deslizar a mão pela lateral de sua blusa, senti sua pele arrepiar-se de prazer e expectativa.
— Você é minha prioridade — sussurrei contra seu ouvido, a voz carregada de desejo e promessa. — Nada vai nos separar.
Ela suspirou baixo, a respiração acelerando. Deitei-a sobre os lençóis de cetim n***o, e ela olhou para mim com uma mistura de admiração e submissão confiante. Ergui o queixo e avancei, tirando a blusa com cuidado, lentamente, expondo seus s***s delicados ao ar frio da sala. Seus m*****s se erguendo como convites à possessão.
Coloquei um dos joelhos sobre a cama, rente ao quadril dela, e apoiei a outra mão em seu peito, evitando machucá-la, mas deixando claro quem dominava o momento. Senti cada batida de seu coração contra minha palma, pulsando em sintonia com o meu.
— Diga meu nome — ordenei, a voz rouca, imprimindo urgência.
— Alessandro — ela gemeu, os olhos brilhando, o corpo arqueando-se contra o meu.
A estética de dominação e medo se misturou ao erotismo voraz: minha mão desceu até sua cintura, puxando gentilmente sua calcinha para o lado, expondo sua i********e. Deslizei os dedos umedecidos pela saliva ao longo de sua f***a, provocando um gemido mais profundo. Ela me encarou, implorando sem palavras, um convite para mergulhar em sua vontade.
Posicionei-me entre suas coxas, o hálito quente roçando sua pele sensivel, e penetrei-a com um dedo lento, sentindo seu corpo relaxar e, ao mesmo tempo, estremecer de prazer. A mistura de medo — do que Sergei planejava — e do desejo imediato criava uma tensão quase insuportável.
Elevei o ritmo, adicionando um segundo dedo, e ouvi seus gemidos subirem em intensidade. Segurei seus pulsos acima de sua cabeça e me inclinei, beijando seu pescoço e depois sua clavícula. O gosto de seu corpo era meu refúgio, meu antídoto contra o veneno de Sergei.
— Sinta meu controle, Olivia — sussurrei no calor de sua pele. — Sinta que nada pode nos tocar.
Ela arqueou o corpo, batendo os quadris contra meu movimento, facilitando e intensificando a penetração. A urgência aumentou quando percebi que o tempo era nosso maior inimigo. Cada segundo que dedicamos à celebração de nosso amor podia ser a distração que permitisse a Sergei violar nosso santuário.
Mas naquele instante, a ação se tornava resistência: quanto mais a dominava, mais a sentia firme e presente. Era nossa estratégia silenciosa de afirmação, de provar a nós mesmos que ninguém podia nos controlar além de nós mesmos.
Ao sentir o ápice se aproximar, diminui o ritmo e, em vez de penetrar mais fundo, segurei-a com braços fortes e a pressionei contra mim, movendo o quadril apenas suavemente, provocando o clímax em ondas controladas. Ela me olhou, a pele perolada de suor, os lábios entreabertos, e deu seu primeiro grito abafado ao transbordar de prazer.
Não resisti ao convite: empurrei-a de costas, tirei a proteção que restava e penetrei com força, profunda e sem hesitação, roubando o ar de nossos pulmões. O impacto de nossos corpos fundidos era a prova de que, mesmo sob ameaça, eu podia protegê-la e dominá-la. O medo tornava tudo mais cru, mais intenso.
— Meu nome — ordenei, a voz se quebrando de paixão. — Diga de novo.
— Alessandro! — ela gemeu, o corpo tremendo. — Alessandro!
Com um último impulso, atingimos o ápice juntos, um clímax violento que ecoou na penumbra do quarto. Nossas respirações se embaralham, a adrenalina e o prazer queimando como pólvora nas veias.
Depois, ficamos ali, ofegantes, corpos colados, a tensão s****l dissipada apenas em parte. Ainda restava o terror que Sergei instigara, mas por alguns segundos, éramos só nós. Ele passou o braço por sobre o corpo dela, sentindo o calor que ainda emanava, e beijou seus cabelos.
— Nunca deixe de lutar por nós — murmurou, a voz rouca de emoção.
Ela descansou a cabeça em meu ombro, os olhos fechados, mas ainda tensionados pelo medo.
— Eu… confio em você — disse, a voz embargada. — Mesmo sob fogo, eu confio.
Foi então que, no silêncio que se seguiu, percebemos um clique suave contra o vidro da sacada. Olhei para o lado e vi um envelope preso entre a moldura e o trilho da porta. Meu coração disparou novamente.
Olivia levantou lentamente, ainda desnorteada, e caminhou até a porta. Quando abriu o envelope, um único papel caiu no chão. Ela o pegou e leu em voz baixa:
“Uma lembrança final antes de o jogo recomeçar.”
Na parte interna havia uma foto: Olivia dormindo, encolhida sobre o peito de Alessandro, o rosto sereno e indefeso. Alguém havia invadido nossa i********e, obtido o registro mais vulnerável de nossa união. O telefone dela vibrou em seguida — uma mensagem de texto anônima: “Estou sempre perto.”
Olhos se encontraram, cheios de pavor e raiva. Serena e ameaçada ao mesmo tempo, Olivia segurou minha mão com força.
— Ele está aqui — sussurrou. — Nunca foi tão perto.
A fotografia tremia em nossas mãos, o rosto de quem devíamos proteger capturado sem piedade. O pacote deixara claro: Sergei não pretendia se aposentar daquele jogo sádico. Ele continuaria espionando cada suspiro nosso. E, naquele instante, a única certeza que nos restava era que a batalha pela nossa liberdade e pelo nosso amor havia apenas começado — e que, para vencê-la, precisaríamos enfrentar o espião mais perigoso de todos.