Alessandro Volkov
A respiração pesada ecoava no silêncio do meu escritório particular, as luzes da cidade cintilando lá fora como vaga-lumes aprisionados. O pendrive queimava no bolso do meu paletó, azorrague de um passado que eu desejava enterrar para sempre. Mas Sergei, implacável, transformara minhas memórias em armas, e agora, no centro de meu coração, algo exigia ser dito — precisava livrar Olivia da sombra de Liandra, mesmo que isso me destruísse.
Chamei-a para dentro, fechando a porta com cuidado. Ela entrou, o rosto corado pela indecisão, e seus olhos cintilavam quando percebeu o peso do momento. Sentei-a na poltrona de couro escuro, iluminada apenas pelo abajur dourado. O ar estava carregado de tensão; o tic-tac do relógio parecia marcar cada gota de hesitação em minha alma.
— Olivia — comecei, a voz arrastada — eu preciso te contar… tudo.
Ela ergueu o queixo, o olhar firme, mas a mão trêmula no colo denunciava o medo.
— O que aconteceu com Liandra? — perguntou, voz baixa.
Percebi que, ao mencionar o nome dela, a sombra de uma dúvida antiga passara pela mente de Olivia. Liandra, minha primeira submissa, aquela cuja entrega me ensinará o poder e o perigo da dominação. Tantas noites eu revivia o momento em que a perdi, em que o desejo e a culpa se encontraram num beco escuro de uma mansão antiga. E, agora, precisava contar tudo — para que Olivia me entendesse, ou para que nos destruíssemos juntos.
Suspirei, erguendo as mãos diante do rosto.
— Liandra foi… a primeira. A primeira a se oferecer completamente, sem máscaras. Eu a marquei com beijos, com ordens, com a força do meu corpo sobre o dela. Ela se rendia com um suspiro de confiança, dizendo: “Você é meu senhor, Alessandro”. Eu me sentia absoluto, invencível — até a noite em que tudo deu errado.
Olivia apertou os lábios, inclinando-se à frente. Sua respiração acelerou, como se cada palavra fosse lâmina.
— Continue — sussurrou.
Olhei para o pendrive sobre a mesa, gravado com ameaças e memórias distorcidas — a armadilha de Sergei. Mas só havia uma forma de libertar nossos futuros: expor o passado. Fechei os olhos e revivi o desastre. Liandra e eu estávamos em sua antiga residência de verão, eu a dominava num cômodo isolado, honrando as correntes invisíveis do consentimento. Em meio à luxúria e à entrega, um curto-circuito no lustre antigo provocou um incêndio rápido. As cortinas em chamas criaram um turbilhão de fumaça; tentei tirá-la de lá, mas ao tirar minhas mãos dela para agarrá-la, ela caiu, inconsciente, e inalou fumaça demais. Quando consegui socorrê-la, seu corpo já dava sinais de falha — e, em minutos, ela se foi.
Apenas uma lembrança: o som de seus gritos silenciosos, mesclado ao crepitar do fogo e ao meu desespero. Eu a segurei enquanto ela morria nos meus braços, pedindo para que não a abandonasse. Mas a cada gemido de dor, a cada respiração falha, eu sentia minha alma se partir em mil pedaços.
Olivia pousou a mão sobre meu braço, buscou um contato.
— Meu Deus, Alessandro… — murmurou, emocionada. — Eu sinto muito.
A dor em seus olhos me rasgou por dentro. A culpa me afundou como um punhal. Quis pedir perdão, queria que entendesse que aquela morte me transformara num monstro de medo e necessidade de controle. Mas uma parte de mim ansiava por redenção, por ser amado apesar da minha falha máxima.
— Não foi culpa dela — respondi, a voz rouca. — Liandra escolheu se entregar a mim. Mas eu falhei em protegê-la. E a culpa me corrói até hoje.
Silêncio absoluto. As luzes do abajur lançavam sombras nas paredes, dançando ao ritmo das minhas emoções. Foi então que percebi o quanto precisava dela — Olivia — para curar essa ferida. E decidi, ali, mostrar não só a face sombria, mas também a minha vulnerabilidade total.
Caminhei até ela e a puxei para mim num abraço lento, mas urgido. Senti o corpo dela curvar-se contra o meu, o batimento acelerado. Os lábios se encontraram num beijo que misturava culpa e esperança, dominação e entrega. Explorei seu pescoço com mordidas suaves, como quem marca território e, ao mesmo tempo, pede redenção.
— Confie em mim — sussurrei entre o beijo. — Deixe-me te mostrar que posso amar sem destruir.
Ela gemeu, os braços rodeando meu pescoço, o corpo tornando-se moldável ao meu toque. Empurrei-a suavemente contra a mesa de centro. Ela apoiou as mãos na superfície gelada, o vestido de seda subindo pelos quadris. A luz dourada realçou cada curva, cada sutil arrepio.
— Quero te dominar — murmurei, rompendo o beijo, a voz firme. — Mas também quero te proteger.
Em seguida, deslizei as mãos por dentro de sua saia, abrindo caminho para a luxúria explícita. Ela arqueou as costas, inclinando o quadril para mim. Suspirei ao vê-la assim: submissão completa, mas com arredores de desejo intenso nos olhos. Desci pelo corpo dela com beijos e mordidas, honrando o consentimento, explorando o contraste entre meu poder e sua confiança.
Cheguei aos limites de sua i********e e, sem cerimônias, mergulhei a língua entre seus lábios, num sexo oral tão voraz quanto apaixonado. O gosto dela enchia meus sentidos com redenção e necessidade. Senti seus quadris se moverem contra meu rosto, impulsionando‑me a dar mais, a aprofundar o prazer. Era como lavar cada gota de horror que Liandra morrera em meus braços. Eu me tornava absolvição através do g**o dela.
— Alessandro… — ela gemia, trêmula. — Eu nunca me senti tão… viva.
Ela me puxou para perto, envolvendo meu cabelo com as mãos, guiando meu ritmo. O t***o queimava por dentro e me transformava: dominador e submisso ao mesmo tempo, protetor e redentor. A cena era um rito de passagem: cada gemido seu me libertava da culpa, cada suspiro intenso me reintegrava ao amor possível.
Quando ela chegou ao clímax, gritando meu nome, senti minha própria redenção. O corpo dela tremia, moldando-se ao meu, e eu a penetrei com urgência, cada investida um sussurro de perdão para Liandra e uma promessa de amor para Olivia. O couro da mesa rangia sob nosso peso, e o escritório inteiro parecia pulsar com nossa fusão de desejo e emoção.
Após o êxtase, nos abraçamos profundamente, corpos entrelaçados, a respiração ofegante. Eu acariciei seu rosto, as lágrimas brilhando em seus olhos.
— Eu te amo — sussurrei, com a voz embargada. — E sempre te protegerei, mesmo das minhas próprias sombras.
Ela sorriu, as mãos abrindo o fecho do meu paletó e trazendo‑o mais para perto.
Foi naquele momento que meu celular vibrou sobre a mesa, o visor iluminando nosso santuário com uma nova mensagem: um vídeo anônimo e um texto curto.
Toquei para abrir, temendo o que veria. O vídeo mostrava Sergei, de perfil, sorrindo. Ao fundo, um retrato antigo de Liandra pendurado num quarto escuro. Ele virou-se lentamente, o olhar fixo na câmera, e apontou um único dedo para mim.
“Você acha que me livrou do passado? Eu ainda sou a sombra mais viva no seu futuro. Prepare‑se: a vingança de Liandra só está começando.” — S.
O sangue gelou em minhas veias. Segurei o celular, o corpo enregelado. No rosto de Olivia, reconheci a mesma mistura de medo e determinação que me impulsionara a confessar a verdade. Sabíamos, naquele instante, que Sergei não era apenas um adversário, mas o arauto de um tormento que jamais cessaria se não enfrentarmos, juntos, o destino traçado por sua vingança.
E, enquanto Sergei reacendia o inferno de Liandra em nossas vidas, senti que a única forma de salvar nosso amor seria manter a chama da redenção acesa.