chapter 1
CASAMENTO POR CONTRATO
__Júlia, levanta desta cama minha filha! Você sabe que não adianta fazer pirraça, você vai casar sim com o milionário, e não adianta teimosia.
__Você acha certo eu me sacrificar em um casamento que não quero para você ter dinheiro?
__Acho, acho certo sim. Com esta pandemia você sabe que perdemos nosso negócio, vendemos o carro e daqui a pouco vamos ter que vender a casa e morar debaixo da ponte. Você acha isto justo?
__Que exagero mãe, vocês venderam o carro porque inventaram a viagem pela Europa e gastaram tudo que tinham, pensando em recuperar depois e agora com a pandemia não deu e está sem dinheiro. Deveria cuidar melhor da economia, gastar só o que pode e não ficar contando com vendas posteriores. Agora está numa pior e querem que eu me sacrifique pelo bem da família!__ Júlia não estava reconhecendo sua mãe, sempre boa, uma pessoa generosa e agora a forçando num casamento arranjado.
__Não somos videntes. Como saber que teríamos uma pandemia, que a economia iria fracassar assim? Não tinha como saber, mas eu sei que Diogo é nossa solução, e você vai casar com ele sim.__ Celina não queria falar assim com sua única filha, mas a situação não permitia ser diferente.
__Eu não quero me casar, ainda mais com ele.
__Por que não? Já viu como ele é bonito, pega seu celular e faz uma pesquisa sobre ele.
__Já fiz. É um loiro mulherengo que acha que tem o rei na barriga só por ser rico.
__Mas que agora vai deixar desta vida casar e assumir a presidência do banco da família e outros negócios, ele será um homem honrado.
__Eu não quero casar com um loiro!
__ Por que não? Ele é lindo, seu pai é loiro também!
__Eu amo meu pai, mas não quero um marido loiro.
__Já falamos muito sobre isto, não adianta discutir, o assunto já foi resolvido por seu pai e por mim. Aceitamos a proposta e já acertamos tudo.
__Odeio isso, vocês não tinham este direito!__ Júlia estava com os olhos vermelhos de tanto que chorou.
__Prefere morar debaixo da ponte com a gente, pedindo comida ou procurando no lixo? Moramos em um país pobre minha filha, onde a economia fica nas mãos de poucos e a maioria das pessoas luta para sobreviver. E neste momento nossa situação está precária.
Júlia ficou calada, não queria sua família passando necessidades e muito menos passando fome. O jeito era encarar este casamento e ajudar sua família. Não deveriam ter ido a Europa, mas foram e foi tão bom, se não fosse esta pandemia eles teriam recuperado e não estariam nesta situação em que se encontravam agora. Todo o povo da Terra passou e estão passando por esta pandemia com temor e os mais fracos financeiramente estão sofrendo mais, e ainda existiu o perigo de se contaminar.
Seu pai está no grupo de risco, cirurgia recente do coração, pressão alta, e diabetes, além da idade, ele já está com sessenta e três anos e sua mãe com cinquenta e oito. Ela é a única filha,