Vanessa narrando
Os meus passos ecoavam morro abaixo, cada um mais pesado que o outro. O meu rosto ainda ardia do tapa, e o gosto metálico da raiva subia na minha garganta. Eu passo a mão no rosto, respirando fundo, tentando engolir o nó que insistia em subir.
Quando dobro a última esquina antes de chegar na minha laje, paro. Encosto na parede, fecho os olhos e deixou o ar sair devagar.
— Filho da mãe… — murmuro baixinho, os dentes cerrados. — Isso não vai ficar assim, Hades.
Os meus olhos brilham, mais não de lágrima, mas de promessa.
Eu, pego o meu celular, com dedos trêmulos, mando mensagem pra alguém que ninguém no morro esperava que eu chamasse:
“A gente precisa conversar. Tenho um trabalho pra você.”
Guardo o celular no bolso e olho pro alto do morro, onde a boca fica. Um sor
