3°Capítulo
Kiara Badin
No dia seguinte acordei cedinho e preparei o café e o mingau do Lorenzo. Nossa mãe chegaria às oito da noite e passaria na escolinha para buscá-lo já que eu iria está na faculdade.
Terminando, arrumei a mesa para nós dois e fui acorda-lo no quarto onde eu dividia com ele, meu irmão desde os cinco meses com a ausência da nossa mãe acabou se apegando demais comigo embora ela nunca dissesse, dava pra ver que isso a deixava infinitamente entristecida. No entanto, sempre tenho a confortado a lembrando o quanto ela era incrível. Mamma dos dois relacionamento amoroso que embarcou nenhum vingou. Más como ela vive a dizer ;
" É a vida e tende a ter grandes mudanças, vitórias e sacrifícios"
Lorenzo hoje está no fim do auge dos seus três arteiros anos. Época em que caminha, corre pra lá e pra cá, bagunça, abri os armários e derrama farinha de trigo no chão, sobe nas cadeiras, no centro, quer cutucar a boca do fogão e faz muita arte de deixar nossos cabelos em pé.
Ele era só uma criança inocente a aprender.
O vendo se remexendo sigo no seu bercinho do lado da minha cama pequena e o desenrolo, acariciando sua barriguinha.
- Ei, bebê. _Cochicho alegre e novamente ele se remexe, era uma denuncia que acordaria devagarinho. - Docinho de abóbora. _Fiz voz de neném, o que era ridícula mas, ele gostava. Então, seus olhinhos sonolento abriu, a mãozinha gorda chegando aos mesmo e os esfregando. - Bora tomar um cafezinho e ir na pracinha meu amor ?
Sua resposta foi um sorriso largo gigante. Nós vivíamos a suspeitar que entendia muito mais doque suspeitavamos pois, ria quando aprontava e chorava quando não o dava atenção, ele vinha com seus olhinhos esverdeados e trazia sua chupeta para nossa boca já que quando chorava nós fazíamos a mesma coisa, ele achava que assim "Sua Super chupeta" curaria nossas tristezas da alma.
Lorenzo era uma bolinha de surpresa e a cada dia nos surpreendia com o quão parecia entender a vida. Eu cresci sem meu pai e a mesma coisa acontecia com ele, sabia perfeitamente que dias difíceis estavam próximo como no passado eles chegaram pra mim. Meu docinho de abóbora ainda enfrentaria a marra da vida e sentirá o coração doer quando for dia dos pais e na escola ter a tortura das apresentações todo santo ano, alí é onde começaria nossos questionamentos e sentiríamos na pele como é r**m não ter um pai presente disposto a está conosco quando precisamos.
Observando o bebê puxando sua manta para cima e pegando sua "dedera" ou chupeta como é o nome e a trazendo para meu rosto me dei conta que chorava silenciosamente ao sentir escorrer lágrimas dos meus olhos.
Jamais permitiria que ele sofra. Isso nunca!
- Bo.ca...abi. _Pediu com voz embolada e eu sorri, limpando os olhos.
- Eu queria profundamente te poupar do sofrimento do mundo meu pequeno. Mais infelizmente você vai ter que crescer. _Minha voz suou carregada de lamentação e afastei sua chupeta da minha boca, a deixando cair no berço vindo a pegá-lo nos braços.
O mundo grande exigia muito de nós sendo tão pequenos.
- Covar bo.ca kiki. _Comentou ao perceber que entravamos no banheiro.
- Exatamente. Lembra que a Kiki falou do bichinho chamado bafo e que não deixa ninguém chegar perto ? _O olhei ao colocá-lo em pé na privada. Ele balançou a cabeça, assentindo.
- Bafo. _Foi impossível, eu gargalhei alto, mesmo querendo fazer careta para convencê-lo.
***
- Segura firme na corrente. _ pedi, presenciando ele atender quando suas mãozinhas apertaram a corrente do balanço e o empurrei levemente, seus cabelos ruivos que era a coisa mais encantadora do mundo voava contra o vento.
Um desespero enorme me atingiu em cheio e não era por ver meu irmãozinho feliz. Eu agradecia. Só fiquei emocionada por que aquilo me demonstrava o que me foi arrancado....os momentos que poderíamos ter...
Por isso, eu precisava tanto me vingar.
- Mais..mais alto. _ Sua gargalhada me chamava para a realidade e o via fechando os olhos.
- Se segura meu amor.
De repente, ele apontou.
- So.vete. _ Gritou cheio de entusiasmo.
- Lorenzo presta atenção ou irá cair. Segura. _Avisei ao ter ele soltando a corrente, quase desiquilibrando.
- Não que.lo mais ki.ki. _Me olhou pousando a cabeça na corrente, todo pidao.
Ficando a sua frente, ajoelhei.
- Quer sorvete de que sabor ? _Se tinha como recusar algo a ele com esse olhar, desconhecia a fórmula.
- Dedera.
Soltei um riso, arrumando seus cabelos que bagunçou com o vento.
- Não tem sorvete de chupeta meu amor.
- Dedera não ?
Neguei e reafirmei.
- Dedera não tem. Mais tem de uva, morango, milho verde, chocolate e outros bem gostoso.
- Totoso. _Inclinou para frente, arrastando para sair do banco.
- É. Deixa eu arrumar o cadaço e vamos comprar um.
Não demorou muito e eu havia comprado um sorvete de leite condensado já que só tinha uns trocados para somente um. O calor não estava extremo, mas havia calor então o risco do pequeno ficar dodói era minúsculo. Para que ele não acabasse lambuzando tudo o sentei no banco e aproveitei para olhar em volta enquanto ele lambia o sorvete e não reclamava por está satisfeito.
Havia poucas pessoas na praça, só algumas crianças no campo de futebol e uma fila pequena na gangorra e no balanço. O que realmente domava meus pensamentos novamente e me deixava um tanto apavorada era o acontecimento do dia anterior.
O olhar frio e escuro
A ameaça
O pavor, o medo.
Aquilo com certeza foi assustador.
***
Ainda era cedo quando passei apressadamente pelos portões da universidade e corria para o corredor de cima, adentrando na sala dos professores, agradecendo por está somente quem eu esperava encontrar. Minha aula começaria a vinte minutos. Lorenzo ficou na escolinha, apertou tanto meu coração quanto tive que dar as costas a ele que chorava. Era sempre assim, mas tinha que estudar porque o nosso futuro dependia de mim.
Suspeitando que minha bolsa de estudos havia sido cancelada pelo ocorrido procurei com o olhar minha professora, eu já estava me preparando para implorar caso precisasse enquanto nosso olhar esbarrava e sua primeira reação era depositar a xícara na mesa, encolher os ombros e encostar as costas na cadeira, cruzando os braços. O gesto parecia uma barreira indicando que qualquer explicação que saísse da minha boca seria inaceitável.
Qual é ? Ela me fitava como se eu tivesse cometido um crime horrendo. Foi um vídeo e nem foi minha culpa.
Então, de quem ?
Eu precisava descobrir.
- Por favor. _Começo, respirando fundo e me acalmando ou tentando. - Professora eu juro que não sei como aquilo aconteceu...
Ela me cortou.
- Deveria certificar o cd antes de trazê-lo. _ Indagou sem paciência nenhuma. Eu entendia, seria minha reação se estivesse em seu lugar.
Abaixei a cabeça, apertando minha mão na outra.
- Eu olhei. _Admiti. - O homem no vídeo com prostitutas é o meu noivo... Quer dizer ele era. _Molhei os lábios, nervosa e por minutos só houve silêncio da sua parte. Ergui o olhar, curiosa e a mesma me fitava de maneira esquisita. Completei. - Talvez no momento em que saí do táxi e deixei minhas coisas no banco do carro e corri para sacar algum dinheiro e poder pagar o taxista. Eu não sei como, eu juro. Se alguém queria me prejudicar não pode conseguir. Eu preciso terminar o curso, muita coisa depende de mim.
Eu estava definitivamente muito desesperada que tremia.
- Kiara, foi um susto para nós as imagens explícitas. Sinto muito por você e temos divergências aqui. Menina, quem quer que tenha plantado essa semente do m*l lhe fez um enorme favor. Acredite. _Levantou, seguindo ao meu encontro. - Ainda que seja bolsista devo salientar que você é a aluna mais dedicada e disciplinada que dei aula. Muitos têm uma visão deturpada dos bolsistas e cotistas e apesar de uns e outros aqui ser filhinho de papai, vocês são uns verdadeiros exemplos. _Pegou em meu braço. - Nove e meio é sua nota porque realmente tudo o que aquela empresa precisava era de um pulso forte. Nos vemos na sala. Não demore.
Ela passou por mim me deixando sozinha, sorrindo em meio às lágrimas de emoção, resmungando e batendo um pé no chão.
Eu odiava 9,5