O som das trancas mudou.
Não foi só o clique comum da rotina deles.
Foi apressado. Duas vezes na mesma porta.
Uma mão tremia lá fora. Eu podia jurar.
Estavam nervosos.
Mais do que antes.
Ouvi gritos abafados do lado de fora. Um dos homens discutia com alguém, o tom mais alto do que deveria.
"Não era pra ele saber!"
"Falei pra desativar tudo ontem!"
"Se ele chegar aqui, é culpa tua!"
Pela primeira vez, a briga era entre eles.
E eu soube.
Ele estava perto.
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Me arrastei até a parede contrária à porta.
Me escondi o quanto consegui, mesmo presa.
O corpo ainda doía. As articulações estavam fracas.
Mas agora...
O medo tinha outra cor.
Não era mais só pavor.
Era o pavor misturado com esperança.
E isso me mantinha acordada.
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Na hora seguinte, o padrão que eu tinha decorado
