A chuva começou no caminho. Gotas pesadas no para-brisa. O limpador rangia a cada movimento, como se estivesse tão cansado quanto a gente. Jace dirigia com o rosto fechado, mãos firmes no volante, o maxilar travado. O sangue seco já marcava o colarinho da camisa. Eu estava com a cabeça encostada no vidro, o corpo encolhido, coberta por um moletom que o amigo dele tinha deixado no banco. Cada quilômetro era um passo mais longe do buraco onde estive. Mas também era um passo mais perto da verdade que Jace não poderia mais esconder. ⸻ Chegamos a uma casa de portão alto, com arbustos m*l cuidados e uma varanda que rangia ao vento. Era o tipo de lugar que deveria parecer seguro, mas onde a tensão já esperava na porta. Jace saiu primeiro. Caminhou mancando até o portão, digitou um código

