Capítulo 3

1170 Words
Depois de quarenta minutos de espera, Milena deu sinal para o ônibus e subiu, estava tensa, e novamente despenteada, porém sorriu ao lembrar-se do motivo, depois ficou triste, pela primeira vez a realidade nua e crua lhe veio de encontro. Miguel era um dos jovens mais ricos do Brasil, o almoço de sua primeira vez juntos custara o equivalente á um mês de despesas de todas as pessoas da sua casa, seu carro valia muito mais que sua residência, o equivalente a três casas iguais a dela, ou mais. Milena usava celular pré-pago e bilhete único. Ela suspirou cada pensamento levava Miguel para muito longe, lembrou-se de ter visto fotos dele há muito tempo esquiando em Aspen numa revista recheada de colunas sociais. Ela não levava jeito para Cinderela primeiro que dormira com ele de cara ela não tinha nem o trunfo do desejo não realizado. Mal sabia ela que do outro lado da cidade Miguel voltava para sua sala, e m*l conseguia trabalhar, seu pensamento era um só, Milena, considerava a mulher uma feiticeira, já que o olhar dela era como brasa só de pensar que ela esteve em seus braços ele sorria feito uma criança. Do jeito que estava o serviço executado era improdutivo, decidiu então voltar para casa, desceu carrancudo até a garagem, caminhou a passos largos até seu carro importado, a empresa vinha crescendo muito uma tarde de folga não mudaria isso, pensou em ligar para a moça, porém parou no ato de discar o número, nenhuma mulher valia aquilo. O trânsito fluía bem, pegou a Rebouças e em cerca de uma hora já estava na piscina da mansão que ficava em um condomínio no Morumbi, lamentou o fato de morar com os pais, se não fosse isso traria algumas mulheres para uma festinha, precisava tirar aquela feiticeira hippie de seus pensamentos. Miguel estava absorto, m*l viu quando sua mãe parou a sua frente, a uma mulher era o símbolo da classe a qual pertenciam, o cabelo estava penteado de uma maneira para dar-lhe volume caía como uma cascata pelos ombros, os olhos negros eram duros e implacáveis, a pele branca era firme, sem manchas ou rugas, as roupas bem ajustadas a seu corpo perfeito fruto de plásticas e malhação intensa. —Tudo bem, filho?— a mãe vinha notando um certo entusiasmo em Miguel, tinha certeza que havia uma mulher, o que era ótimo, andava preocupada com o entra e sai feminino que a mansão adquiriu desde a separação do filho. Restava saber se ela era adequada para ele, de qual família vinha, se Miguel saberia como seria administrar as fortunas. —Estou ótimo mãe, ótimo — Maria voltou a si e sorriu, amava ver o filho sorrindo como antes do casamento. Miguel pulou na piscina imaginando o ataque que a mãe teria ao saber que uma mulher pobre lhe virara a cabeça. Ela surtaria. Maria ficou parada, olhando o filho dar longas braçadas na piscina. Se pudesse teria tido mais filhos, porém até a gestação de Miguel quase a matara, ela amava aquele filho faria tudo por ele, nunca deixaria ninguém lhe fazer m*l novamente. Enquanto isso Milena chegava a faculdade, ainda exalava o cheiro do amante. Aquilo era de longe era a parte mais excitante da sua vida. Passaram a se encontrar com frequência, fugiam para motéis ou algum drive-in, faziam s**o com toda a intensidade e loucura que só a paixão permite, durante quase um mês a rotina não mudou um dia sequer, eram a melhor e a pior parte da vida um do outro. Como nenhum dos dois falava sobre sentimentos, começaram a se estranhar por terem afeto demais um pelo outro, nos dias em que Miguel ligava procurando Milena a loira ficava exultante, já em contrapartida nos dias que ele não ligava, a loira murchava, parecia outra pessoa, arrastando-se pelos cantos. Já Miguel não se sentia desejado, a mulher nunca o procurava. Se ele ligasse, viam-se, ela era carinhosa, acolhedora parecia gostar do tempo juntos, apesar de Milena não ter pudores para pertencer-lhe nunca o procurou. A loira tinha receio de Miguel pensar que ela queria os passeios caros que ele proporcionava, enquanto a jovem queria apenas sua companhia e quem sabe com o tempo, seu amor, em contrapartida o jovem CEO passou a afastar-se, não estaria disponível para quem parecia não se importar, não teria outra Cris na sua vida, de esposa lhe bastara a primeira. Decidiu então pedir um tempo queria sondar a reação de Milena, estava muito apegado, ultimamente pensava em quebrar as promessas que fizera a si mesmo, quem sabe pedi-la em casamento, se ela aceitasse não veria esforço em enfrentar toda a cobrança que a sociedade impusesse, ou pior correr o risco de passar pelo que já passara. Afinal dinheiro não faltava, contrataria uma equipe e transformaria Milena numa lady, e ela seria sua esposa legítima e ninguém no planeta se colocaria entre eles. Bastava a ela demonstrar amor o coração dele estava aos seus pés. Decidido ligou e logo Milena atendeu o celular, a jovem ficou assustada ao desligar a voz de Miguel soara grave ele deixara claro que precisava falar com ela, aquilo a assustou. O vinha sentindo frio e distante nos últimos dias, seu interior gritava que acabou. Mesmo assim ela arrumou-se com zelo e desceu as escadas do sobrado onde vivia com a família o nervoso era tão grande que a mulher m*l teve tempo de chegar até o banheiro onde vomitou todo o almoço, o estresse estava a consumindo, de maneira que mesmo sendo saudável Milena achou que enfartaria. Pegou o ônibus e seguiu para o Ibirapuera. Miguel a viu aproximar-se, a mulher estava linda usava uma bata de linho branco, o cabelo dourado preso em uma trança lateral lhe dava um ar de ninfa. Ela veio até ele parecia séria, mas sorriu quando ele a beijou, caminharam de mãos dadas até o lago onde um senhor alimentava os patos. — Milena, eu te adoro, porém preciso pensar mais na empresa — ficou procurando qualquer sinal no rosto impassível dela — Estamos indo muito rápido. Tenho muita coisa pra viver antes de me amarrar definitivamente, a primeira quase me matou. Você entende não é? — Claro que sim — _Você enjoou de mim. Sou um brinquedo que você usou agora quer jogar fora_ — Vá cuidar da sua vida, no tempo certo você achará uma boa mulher de sua estirpe — Mesmo que ela não te ame nem um terço do tanto que te amo, mas poderá posar com você para fotos em grandes eventos sociais, saberá usar roupas e joias. — Que bom que você me entendeu Milena, saiba que podemos ser amigos e eu te ajudarei no que você precisar, se quiser um bom emprego... — Obrigada Miguel — Nunca mais o verei. Que Deus tenha piedade de mim. Conversaram por mais uma hora, sem qualquer aproximação, Milena decidiu ir para casa precisava desabar, foi embora entoando o mantra, f********o casual era f********o sem se apegar.
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