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2201 Words
JERICHO — Eu te disse que você não deveria ter ido. — Ezekiel, meu irmão, diz. — Você não é você mesmo. — Ele me entrega um copo de uísque. Eu pego dele e bebo um gole. — Estou bem. Tudo parece bem? — Eu pergunto, movendo ao redor da mesa para olhar os papéis espalhados por ela. Eles devem ter chegado enquanto eu estava no complexo. — Exatamente como discutido. Só precisam de algumas assinaturas. — diz ele. — Hildebrand foi bom com a mudança de local? Apenas prontamente concordou? Eu ouço seu tom e olho para cima, encontro seu sorriso com o meu. — Eu não faço ideia. Desliguei o telefone. — Tenho certeza de que ele estará em boa forma. — Ele engole o resto de seu uísque e serve outro. Eu estudo meu irmão de perfil. Não o vejo há cinco anos, mas ele não mudou muito. A maioria diria que não, mas eu não sou a maioria. Ele é construído como eu. Sou cerca de dois anos mais velho que ele e sempre fomos próximos. Bem, exceto naqueles meses que não estávamos, mas isso é água debaixo da ponte. — Zeke. — eu digo. Ele se vira para mim. — O quarto dela parece bom. Só um pouco amarelo. Ele sorri. — Só um pouco? Eu estava indo para o topo. — Obrigado. — eu digo. — Obrigado por ter feito isso. Todas as brincadeiras se foram. — Ela é minha sobrinha. Estou feliz por tê-la em casa, onde ela pertence. Junto com meu irmão. Eu sorrio desta vez, um sorriso real. Ele balança a cabeça e enfia a mão no bolso para pegar seu celular. Ele lê um texto. — Dois Rolls Royce estão chegando à casa. — Libere Hildebrand primeiro. Os Bishops podem esperar lá fora. — digo, tirando meu paletó e pendurando-o nas costas da cadeira da escrivaninha, depois arregaçando as mangas. Ele digita uma resposta e coloca o telefone no bolso. — Jericho. — diz ele, chamando minha atenção das folhas sobre a mesa. Ele pega a tinta em ambos os antebraços. Na verdade, é uma tatuagem. Dois dragões enrolados nas minhas costas, caudas estendidas sobre meus braços. Caos e irmandade. Destruição. Poder. Ele tem o mesmo, então eu não sei por que ele está olhando. — Tem certeza de que está pronto para isso? Eu enquadro meu olhar nele. — Estou pronto há cinco anos. Eu só precisava das provas. Ele concorda. Ele ouviu a gravação. Conhece o papel de Carlton Bishop na morte de Kimberly. Seu assassinato acidental. Eu era o alvo. Ela acabou por atrapalhar. Ela tinha vinte e quatro anos. Vinte e quatro p***a. Grávida do nosso primeiro filho. Estávamos noivos para nos casar. Fantasiando sobre viver em uma p***a de praia no México e deixar tudo para trás. Porra. Foda-me. E f**a-se Carlton Bishop. Eu vou enterrá-lo. — Irmão. — Eu me assusto com o toque de Zeke no meu ombro. Não sei quando ele se moveu. Estou muito preso no passado. — Eu estou bem. — eu digo, sem olhar para ele. — Você está? Eu encontro seus olhos. Os dele são cinza-aço como os da nossa mãe. Os dela são mais suaves. Mais gentil que o dele. — Eu disse que estou bem. — eu digo, a voz grossa, minha garganta revestida com a memória daquele dia. — Não deixe que eles vejam. — Vejam o quê? — Sua dor. Isso mostra fraqueza. Eu aperto minha mandíbula, respiro fundo. Ele está certo. Eu preciso dominar isso. Não posso deixar minha mente me levar até lá. Não na frente deles. Fecho os olhos, respiro fundo e aceno com a cabeça assim que batem na porta. — Hora do show. — Zeke diz, com um largo sorriso no rosto. Ele é melhor nessa parte do que eu. Ele troca suas máscaras com mais facilidade. — Entre. — ele chama enquanto caminha de volta ao redor da mesa e pega seu uísque. Nós dois observamos Dex abrir a porta e o Conselheiro Hildebrand entrar. Ele olha para mim, para meu irmão, ao redor do escritório. Ele está irritado, mas acho que pode ser apenas seu rosto de descanso. Ele é um homem egocêntrico, tanto quanto eu sei desde quando nosso pai era vivo, ele nunca teve muita afeição por nossa família. Provavelmente pensa que somos impostores. Não uma família fundadora, mas uma com dinheiro, finalmente, todos se curvam ao dinheiro. Todos e tudo podem ser comprados, não importa o quanto a Sociedade queira negar. Mesmo o status dentro do IVI. Agora os Bishops, eles são o negócio real. Uma das treze Famílias Fundadoras originais. Eles não são apenas membros da Sociedade, mas fazem parte do trabalho de base. Carlton Bishop, um filho soberano de boafé. Eu, Zeke e nosso pai quando ele era vivo, compramos nosso espaço. E Hildebrand nunca o esqueceu. O que torna tudo isso mais doce. Eu colo um sorriso no meu rosto. — Conselheiro. — eu digo. — Eu aprecio você ter vindo em tão pouco tempo. Dex fecha a porta e Hildebrand encontra meu olhar. — No futuro, você deve saber que assuntos dessa importância serão tratados no prédio do Tribunal. — Considerando a delicadeza da situação, eu não achei que você se importaria. Sua mandíbula aperta. Eu o tenho pelas bolas. Um Filho Soberano, m****o da família fundadora, fazendo acordos com mafiosos. Bem, não é tanto isso como ser pego nisso. Isso não acabaria bem se a notícia se espalhasse. É por isso que ele está aqui. É por isso que ele vai fazer exatamente o que eu digo. — Claro. — diz ele. — Sente-se, por favor. — eu digo, empilhando as páginas na mesa e andando ao redor dela para apontar para o sofá de couro na área de estar. Ele senta. — Bebida? — Zeke pergunta. Ele acena com a cabeça e meu irmão lhe serve um uísque. — Como está a sua filha? — Hildebrand pergunta com firmeza. — Indo bem. — Considerando. O apoio do conselheiro é necessário para esta parte do meu plano, mas não vou contar a ele mais do que ele precisa saber sobre minha família. — Você vai trazê-la para o complexo para uma apresentação formal, eu presumo. — Quando for à hora certa, após eu garantir a segurança dela. — A primeira parte é uma mentira. O segundo um pouco de pressão sobre ele. Deixe-o saber o quão delicado é este assunto para o IVI. — Ela foi batizada? — Você está preocupado com a alma dela? — Claro. — ele responde com um sorriso tão caloroso quanto o meu. Isso não vai dar em nada bom, então eu mudo de assunto. — Você vetou as provas contra Carlton Bishop, eu presumo? — Eu pergunto. Ele tem ou não estaria aqui. A evidência é uma gravação de Carlton com alguns homens muito maus iniciando o atentado contra minha vida que matou Kimberly. Também sugere que ele pode ter participado do acidente de carro fatal do meu pai. — Sim. Você vai entregá-lo assim que os papéis forem assinados hoje à noite, conforme combinado? — Conforme combinado. — Sinto a presença do meu irmão ao meu lado, mas preciso perguntar. — A menina? — Aguardando seu comando junto com o irmão dela. Não olho para Zeke. Ele está claramente surpreso com isso. Esta noite era para confrontar Carlton. Assinar os papéis. Mostrar a ele que o jogo mudou. Levar Isabelle não deveria acontecer ainda. Mas meus planos evoluíram. — Bom. — Recolho a papelada que o Conselheiro Hildebrand preparou e abro sobre a mesa de centro na sala de estar. As folhas de pergaminho superdimensionadas ocupam toda a superfície. Abro a canetatinteiro e coloco na frente de Hildebrand. Ele põe sua bebida de lado e avança, pegando a caneta, olhando as páginas. Eu não fiz nenhuma alteração, então essa parte deve ser rápida e é. Nem um momento depois, ouço o arranhão da ponta da caneta rabiscando sua assinatura. Ele quer que sua parte seja feita e acabada. Ele abaixa a caneta e se reclina em seu assento. — A discrição é da maior importância aqui, St. James. — Oh. — eu digo, sentando e pegando a caneta, meu olhar caindo para o nome de Isabelle Bishop mencionado em vários lugares ao longo do documento. — Eu não poderia concordar mais. — Eu assino. Zeke abre a porta, com um olhar para Dex, o instrui a trazer os Bishops. — Diga-me uma coisa. — Hildebrand começa enquanto esperamos. Ele se inclina mais perto. — Por que você quer a garota? Ela nem é de sangue puro. A mãe dela era uma empregada simples que chegou acima de sua posição. Eu flexiono minhas mãos, contando até dez, respirando. — Bem, então você não vai se importar muito considerando que meu lugar no escalão superior da Sociedade foi comprado. — Eu não me incomodo em parecer amigável quando digo isso. É uma verdade que ele gostaria de poder negar. Seu rosto fica com um tom de vermelho furioso. Eu bati minha marca. — Discrição. — ele murmura. A porta se abre. Levanto e me viro para ver Carlton Bishop entrar no escritório. Quando seu olhar pousa em mim, há apenas uma fração de segundo em que vislumbro uma reação. Se ele não tivesse ouvido os rumores do meu retorno até esta noite, ele soube no instante em que o carro o trouxe e sua linda meia-irmã entrou na longa e solitária estrada que leva à propriedade de St. James que a hora de seu acerto de contas chegou. Vejo o esforço necessário para ele desviar o olhar para Hildebrand. — Conselheiro. Parece que nós dois fomos incomodados. — ele diz firmemente. Ele ainda não sabe o que eu tenho. Muito provavelmente não sabe que a gravação existe. Felix Pérez era bom nisso. Gravações secretas. — Sente-se. — ordena Hildebrand, nem mesmo se dando ao trabalho de se levantar. O olhar de Carlton Bishop pousa nas folhas oficiais de pergaminho espalhadas pela mesa de centro. A caneta-tinteiro sem tampa. A tinta ainda secando de nossas assinaturas. Ele vê o nome de Isabelle em todo o documento? Ele vai se perguntar o que eu quero? O que estou planejando? De qualquer forma, tenho Carlton Bishop pelas bolas. Eu sorrio um sorriso largo e volto para a porta. Eu não me importo com Carlton Bishop. Eu não dou a mínima se ele se senta ou fica de pé ou faz cambalhotas ao redor da sala. É sobre ela que estou curioso. E aqui está ela naquele vestido ridiculamente inapropriado, considerando a razão pela qual ela está aqui, sua máscara de cota de malha se foi, aqueles olhos bonitos demais fixados em um rosto bonito demais e fixos em mim. E f**a-me se no momento em que nossos olhos encontrarem algo não aperta meu estômago. Uma sensação semelhante ao que eu senti quando ela colocou a mão na minha mais cedo esta noite. Será que ela me reconhece, eu me pergunto? Ela sabe que eu era o d***o mascarado que ela tem que agradecer por salvar sua b***a mais cedo? Dex fecha a porta atrás dela e ela pula. Literalmente salta. Eu continuo assistindo. Eu não consigo desviar o olhar. Zeke limpa a garganta e eu me viro para os homens sentados, encontro o olhar azul-gelo de Carlton Bishop me estudando de perto. Eu estreito meus olhos. Tranque-o. Mas já estou muito atrasado, eu sei disso. Ele viu como eu olhava para ela. Mas f**a-se. No que diz respeito a ele, estou olhando para o meu próximo brinquedo de f**a. Porque é isso que ela vai ser, pelo menos em parte. Ela vai chupar meu p*u quando eu disser para ela chupar meu p*u. Ela vai abrir as pernas quando eu disser para ela abrir as pernas. E ela vai esfregar meu chão quando eu disser a ela para esfregar a p***a do meu chão. Porque nesta casa, um Bishop não é nada. Menos do que nada. Menos do que a sujeira na sola do meu sapato. Embora esta Bishop sirva a um propósito. Porque ela é a chave para apagar o nome Bishop. Para tomar cada maldita coisa que eles já possuíram. — Isabelle. Por que você está parada na porta assim? Cumprimente o Conselheiro. — Carlton late. Eu observo a reação dela. Ela olha para o irmão com desprezo. Eu nem tenho certeza se ela está tentando esconder seu desdém por ele. Ela arrasta o olhar para Hildebrand. — Conselheiro. — diz ela, mas percebo como ela leva um minuto para baixar o olhar. Seu irmão se vira para Hildebrand, mas meus olhos estão fixos nela. Eu vejo como ela muda seu olhar e seus olhos levantam para os meus momentaneamente, cílios grossos trabalhando rápido quando ela pisca. Apanhada. — Qual o significado disso? — Carlton pergunta enquanto folheia os documentos sobre a mesa. Hildebrand olha para mim. Ele abre a boca para falar, mas eu não deixo. Porque isso é muito importante. Este primeiro passo para deixar Carlton Bishop de joelhos. E eu quero ser o único a dizer as palavras. — Eu inicio o Rito.  
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