Continuo andando com Tamara através do spa, em direção à entrada. As portas estão fechadas, mas eu sei que os meus guardas permanecem em seus postos do lado de fora.
— Como você pretende fazer isso sem que nos vejam? Pergunto.
Tamara me lança um olhar de pena. — Oh, doce e inocente Esme. Ela murmura. — Você realmente acha que só há uma forma de entrar e sair daqui?
— Mas você está indo para a mesma entrada. Eu aponto. — Realmente não prestou atenção, né? Diz Tamara. — Havia uma porta
à esquerda quando entramos. As dependências dos empregados. Com certeza, tem outra saída por lá.
Tamara é uma verdadeira psicopata, mas um psicopata divertida. A vida sempre funciona para pessoas como ela.
E, fiel à sua forma, funciona perfeitamente e sem problemas. As dependências dos funcionários estão vazias, com uma porta de saída ao extremo da sala, como o pote de ouro no final de um arco-íris.
Estamos a cerca de três etapas de liberdade, quando a porta se abre e entra uma das terapeutas do spa.
Ela também está vestida com um conjunto completamente bege, mas não é a mesma mulher que nos cumprimentou quando entramos. Pelo menos, não acho que seja. Apesar de todos os que trabalham aqui terem o mesmo aspecto, então, não posso afirmar com absoluta certeza.
— Posso ajudá-las? Ela pergunta educadamente.
— Sinto muito, eu acho que nós acabamos nos perdendo. Diz Tamara, mostrando um sorriso. — Voltaremos para o spa agora.
Tamara pega a minha mão e me puxa para outra porta que há do lado.
— Senhoritas, essa porta vai levá-la de volta para o hotel. Diz a terapeuta confusa.
— Dá no mesmo! Grita Tamara, e me empurra através da porta antes que a mulher possa dizer algo mais.
No momento em que saímos da ofuscante brancura do spa e entramos na cor do hotel, ambas começamos a correr. Provavelmente nem sequer é necessário, mas nos sentimos bem, fazendo isso.
Atravessamos rapidamente o enorme hall de entrada até as grandes portas douradas do hotel. Em seguida, saímos para o exterior, a luz do sol perfeito de Los Angeles.
Quando Tamara chama um táxi, o riso brota dos meus lábios. Ela me olha por um momento, com um sorriso no rosto, mas não diz nada.
O táxi nos deixou em frente ao prédio onde vive Tamara, um enorme edifício cor-de-rosa com um tecido de rosas na frente. Subimos correndo as escadas, ainda rindo como loucas, e entramos no seu elegante apartamento de dois quartos.
No momento em que Tamara fecha a porta atrás de nós, suspiro de alívio e jogo a minha bolsa sobre a mesa de centro.
— Não posso acreditar. Eu rio. — O que fizemos?
— Bem, eu fiz isso. Tamara me lembra com um empurrão amigável nas costelas. — Você só me acompanhou.
— Me parece bastante justo. Eu sorrio. — Você pode ter todo o crédito.
Ela sorri. — Você não está feliz por ter decidido me ouvir?
— Si..., si, sim. Para de querer parecer, que você é uma má influência. Eu fiz, porque eu quis.
Mas ambas sabemos que eu estou mentindo. Nunca tinha feito algo tão louco, sozinha. E para dizer a verdade, não sou tão estúp*ida para pensar que realmente teria feito isso, se estivesse sozinha.
Sem dúvida, haverá muito o que pagar, se o meu pai descobrir.
Mas isso é um problema para a futura Esme. Se há consequências, vou deixar para cuidar depois. A minha vida está se aproximando mais rápido do que eu sempre temi. Eu quero viver um pouco, enquanto ainda posso. Eu converso comigo mesmo.
— Vamos lá. Pare de ficar pensando. Você pode pegar emprestado algo do meu guarda-roupa para esta noite. Diz Tamara, me tirando dos meus pensamentos e me levando para o seu quarto.
Levanto as sobrancelhas enquanto entro. O quarto de Tamara é um completo e absoluto caos. Roupa empilhada por todas as partes, maquiagem jogada en cima das prateleiras, lanches espalhados em cima de uma mesa perto da cama, que com certeza devem ter sido de ontem a noite.
— Oh, não me olhe assim. A empregada vem de manhã. Brinca, enquanto abre o seu guarda-roupa e começa a revirar.
Eu paro na porta, com medo de chegar mais perto, e ativar uma mina terrestre, oculta ou algo assim, enquanto ela lança peças sobre o seu ombro, eu fico apenas assistindo.
— Ah! ha! Ela se vira, segurando algo com uma expressão satisfeita. — Toma. Este pequeno vestido ficara perfeito em você.
Olhou com incredulidade o vestido que ela escolheu para mim. — Não é possível que você está falando sério.
Tamara franze o cenho. — O que? Achou grande?
Eu rio. O vestido é feito de o que parece ser uma tela de malha transparente. O decote parece desenhado explicitamente para divulgar os meus se*ios ao mundo e uma a******a na coxa, que se eleva para mostrar o restante.
— Teria que ser invisível para ser mais revelador. Digo, arrastando-as palavras.
Tamara ri. — Não seja dramática.
— Só por curiosidade, pode usar roupa íntima com isso? Pergunto com sarcasmo.
— O ponto é justamente esse. Olhar a sua roupa íntima. Ela diz com uma piscadela.
Nego com a cabeça. — Passo. Acho que eu mesma vou escolher algo para esta noite.
Tamara suspira dramaticamente, mas move-se para me dar um lugar.
Passamos as duas proximas duas horas mexendo nos vestidos e rindo. Em algum momento, Tamara serve uma grande taça de vinho tinto para cada uma, o suficientemente cheia para que o meu se derrame um pouco da borda quando ela me dá, e começamos a beber.
Ao final, escolhi um mini vestido preto simples, mas o corte é muito sexy.
Tem alças finas e um corpete que ressalta o meu decote sem perder a elegância. A bainha é curta e termina alguns centímetros abaixo das minhas nádegas, mas a estrutura se cinge a minha figura e me favorece, ressaltando minhas curvas e fazendo-me parecer sofisticada e um pouco mais madura.
Eu coloquei um par de sandálias prateadas com salto agulha e deixo que Tamara fizesse a minha maquiagem com um pouco de batom, delineador e blush.
— Nada muito forte. Ela me garante. — Apenas o suficiente para que as suas características naturais fiquem evidentes mais um pouco.
Isso é o que ela diz. Eu não estou de humor para discutir. Estou mais feliz, um pouco alta com o vinho e deixar que Tamara tome o controlo da noite. Ela sabe melhor do que eu como viver.
Discutimos sobre o que fazer com o meu cabelo. Ao final, simplesmente o libero do seu coque e deixo ele cair por cima dos meus ombros.
Tamara ri. — Como uma leoa feroz! O Groar! Diz, fazendo um gesto de garra.
Em seguida ela sorri e me dá um beijo carinhoso na bochecha e estou convencido de que ficou bom.
Me olho no espelho, quase com incredulidade. Papai nunca me permitiu que eu me vestisse muito sexy. Dizia que me faria parecer uma "prost*ituta".
Mas quando vejo a minha aparência, me sinto forte e segura de mim mesma.
Fo*da-se o que pense Papa.
— Ah, por*ra, garota! Exclama Tamara enquanto me gira para me dar uma última olhada. — Você está muito atraente.
Eu sorrio. — Obrigado. Você também.
Ela realmente está. Ela está com um top vermelho com decote baixo e uma saia preta de couro, ainda mais curta do que a minha.
— Por favor. Eu abano as mãos para Tamara com desprezo. — Ninguém vai olhar para mim com você lá.
O sol se pôs, e saimos. O dia de Los Angeles tornou-se uma recepção calorosa e a noite promete ser animada.
Eu me sinto muito bem quando nos dirigimos a um dos lugares favoritos de Tamara na cidade: um exclusivo clube chamado Da Sereia.
Enquanto pagamos nossa viagem e saímos do táxi, eu posso ver o quão popular é a enorme fila que se estende para fora de suas portas.
— Oh, céus. Como vamos entrar? Eu digo nervosa.
— É maravilhoso, não é? Ela ri. — Não há problema. Vamos lá, primita, deixe-me te mostrar como se faz.
Tamara ignora por completo a fila de pessoas e se dirige ao porteiro na entrada do clube.
Algumas das mulheres que fazem fila nos lançam olhares de raiva.
Os homens, por outro lado, gritam elogios que variam entre bajuladores e assustadores.
Os ignoro todos e continuo a andar com Tamara. Espero que ela tome a iniciativa, mas assim que chegamos ao porteiro, Tamara toma minha mão e me puxa para frente dela.
O porteiro, é um tipo alto e mais parece um guarda-roupa de jaqueta de couro, ele nos olha lentamente, de cima para baixo a cada uma e, em seguida, exibe um sorriso deslumbrante.
Me estremeço.
Será que todos os homens daqui, são tão bonitos?
— Vocês, belas meninas, divirtam-se lá dentro. diz, enquanto desengancha a corda de veludo e nos conduz através da entrada VIP.
Eu rio enquanto nós entramos, eu sinto uma estranha sensação de euforia e poder brotando dentro de mim.
Amanhã voltarei para o meu claustrofóbico mundo controlado pelo Papai.
Mas por esta noite, eu tenho o controle da minha própria vida.
Vou fazer com que os meus anjos trabalhem.
Tamara ainda segurando minha mão quando saímos do escuro corredor VIP para a área principal do clube.
É um labirinto enorme e estrondoso de corpos suados e luzes brilhantes. A música está tão alta que não posso nem me ouvir pensar. Tamara grita algo em meu ouvido, mas eu não consigo entender o que ele disse.
— O que? Grito de volta.
— Eu disse: vamos conseguir que alguém nos convide para uns drinks! Ela grita.
Mostro um polegar para cima e um sorriso hesitante. Eu não ouvi o que ela disse. Mas, quem se importa?
Eu paro para tentar organizar meus pensamentos, a imagem de Miguel atingido e caido naquela pequena sala passa na frente dos meus olhos.
Me estremeço.
Não posso fazer isso. Eu olho para Tamara, já está dançando, se divertindo, com os braços no alto e sem se preocupar com nada.
Tento sorrir e imitá-la.
Mas eu não posso evitar de sentir que estão me observando.
Toco o ombro de Tamara. — Você sente como se alguém estivesse nos olhando? Eu grito.
Ela me faz repetir algumas vezes, mas no final consegue me ouvir.
Quando ela finalmente consegue, gargalha. — Claro que estão olhando para nós! Ela grita de volta. — Nós Somos as garotas mais sexy do clube!
Finjo outro sorriso e tento respirar.
Siga o exemplo de Tamara. Eu tento me convencer.
Mas ainda não consigo me livrar dessa sensação de ser observada.
É quando, me dou conta de por que.
Alguém está me olhando diretamente a partir de uma pequena e quase inexistente porta em uma parede. Tem o cabelo escuro descuidadamente penteado para trás. Tatuagens são exibidas sobre seus musculosos braços, e outras visiveis em seu pescoço.
Mas são os seus olhos, os que mais me chamam a atenção.
Mesmo neste clube caótico, se destacam.
São mais escuros do que qualquer outra coisa.
Mais furiosos. Mais intensos.
E estão cravados em mim.