Muralha narrando — Que bom que você chegou. — falei quando vi o suposto pai da Mariana entrando pela porta. — Assim a conversa já fica em família, não é mesmo? Minha voz saiu firme, mas por dentro eu estava me despedaçando. O coração batia tão forte que parecia querer rasgar o peito. Eu tremia. Tremia inteiro, dos dedos até a alma. Nunca na minha vida eu tinha sentido um nervosismo tão sufocante. Nem quando perdi o meu pai. Naquela época, o choque tinha me anestesiado. Hoje, era diferente. Hoje eu sentia cada pedaço do peso esmagando meus ossos. O homem se aproximou com passos pesados, tentando sustentar uma presença firme. Estendeu a mão, como se quisesse impor controle sobre a situação. — Muralha, o que você faz aqui? — perguntou, forçando um tom de autoridade. Mas eu não tinha pac

