Capítulo 6

1366 Words
Will vem até o balcão em passos lentos a ponto de me dar ansiedade, ainda mais por não saber o motivo de sua visita. Largo já os livros que estavam na minha mão em um carrinho e já dou a volta até conseguir entrar atrás do balcão de atendimento. Will me encara de forma despretensiosa. -Boa tarde Cassandra. - Poucas pessoas usam meu nome, e eu não gosto nem um pouco dele. Ouvir ele saindo da boca daquele homem me deixou com um gosto amargo na língua. -Seu irmão tá meio sumido, passei na casa dele esses dias e nem sinal de onde ele está, você tem alguma notícia? - Não, também não sei onde ele está. O gosto r**m na boca aumenta. Não por conta do suposto sumiço do meu irmão, já deixei de esquentar a cabeça com ele faz um tempo, mas o que isso pode significar pra mim. -Isso é uma pena, é uma pena...- Ele enfia o dedo mindinho dele na orelha, limpa e depois olha pro dedo. Eu tento controlar minha reação diante dessa nojeira. - Ele deixou uma conta aberta com o último pedido dele. Ainda não vi nem sinal de pagamento. Os caras acham que ele está tentando nos passar a perna, mas eu falei pra darem a ele um voto de confiança, afinal não é como se ele já tivesse tentado fazer isso antes. - Ele olha pra mim nessa última parte, carregando a voz com sarcasmo. -Bem, eu disse aos caras: Deixem disso! Vou falar com a linda irmãzinha, lembram dela? Aquela com nome de prostituta. Ela deve saber do paradeiro dele, e caso não saiba, ela não vai se importar de pagar a conta dele de novo até que ele reapareça e se acerte com ela. Eu estou certo não estou? Eu fico muda, não sei como ainda consigo me surpreender. Não acredito que isso está acontecendo de novo. -Não é, Cassandra? - É sim... -E então, como resolvemos isso? - Volte amanhã e estarei com seu dinheiro? Ele limpa a unha suja de cera de ouvido no balcão de madeira e me dá um tapinha no ombro com aquela mesma mão. -Sabia que o David poderia contar com você! É uma ótima irmã, sabia? Nós nos vemos amanhã. -Ele se vira e sai da biblioteca. Eu fico parada ainda, desde o momento que ele sai até um pouco depois, ainda me lastimando pelo tipo de vida que levo. Meu telefone toca no meu bolso, e eu desperto do meu transe. Levanto em direção aos olhos e leio um nome familiar e muito convidativo agora escrito na tela. Atendo. -Alô? Você não tem ideia mas eu estava prestes a te ligar agora mesmo.....Sim, estou livre na próxima semana, mas escuta, como é um daqueles eventos grandes, será que tem como adiantar o pagamento dessa vez? pelo menos uma parte....Ah por favor vai, você me conhece e sabe que eu costumo cumprir com meus compromissos.....obrigada, não vai se arrepender. As 21 pra mim parece perfeito....tudo bem, até lá. -Desligo e já volto ao trabalho. Depois disso tudo vou precisar de um tempo para por meu sono em dia. POV ORION Eu acordo no meio da noite mais uma vez Eu acordo no meio da noite mais uma vez. Olho pro relógio cabeceira da cama e vejo que são 3:32 da manhã. Quase a hora dos demônios. Imagino que foi por isso que acordei depois de mais um desses sonhos. Faz alguns dias que eu tenho tido eles, com aquela mulher, desde que a conheci na Escape Room. Meu p*u doi, e a cueca aperta demais. Tiro ele pra fora e tento usar as mãos pra ter um pouco de alívio. Ainda estou com o gosto dela na minha boca, como se tivesse acabado de provar. Largo meu p*u, frustrado. Não é o suficiente, preciso de algo mais apertado. Levanto e coloco minhas roupas, junto com um casaco preto com capuz, pego minha moto e vou pra um lugar que não costumo visitar muito. As luzes fortes me dão vertigem, mas é bom alguma coisa que acorde minha cabeça tanto quanto o meu p*u se sente acordado. Eu já vejo aquele letreiro neon forte e vem já na minha boca a lembrança do gosto forte da vodka desse lugar, perfeito pra espantar pesadelos, ou outros tipos de sonhos. Comprimento o segurança só com um aceno de cabeça, não quero ter que falar hoje uma mísera palavra se não for necessário. Até mesmo a educação eu deixo pra quando o sol estiver brilhando, agora eu só quero uma coisa. Eu sento no bar e nem perco tempo olhando pro barman.-Duplo. -Eu digo, e em poucos minutos já estou no meu terceiro shot. Sinto já os olhares desde que eu entrei aqui, me viro pra esquerda e lá está. Ruiva, Piercing no septo, bonita. Usando um vestido apertado a ponto de eu conseguir ver seus m*****s duros contra o tecido, me olhando como se o delivery tivesse acabado de bater na sua porta. Eu a encaro de volta e desço mais um shot olhando para sua boca, já imaginando ela em volta do meu... Ela toma um gole do que seja lá esteja tomando e vem na minha direção. Eu me levanto do acento do bar assim que ela chega. -Gosta do que vê? - Eu coloco meu dedo na sua boca, talvez com mais pressão do que o necessário. Eu geralmente não faço isso, geralmente tenho outras formas de descarregar minhas frustações que não sejam com essas mulheres estranhas que não me causam p***a nenhuma, mas dessa vez eu preciso de alguma coisa pra tirar aquela mulher tanto da minha cabeça quanto dos meus sonhos, antes que eu faça alguma besteira. Geralmente é o que eu mais costumo fazer. Mas isso não significa que eu tenha que ouvir sua voz irritante. Eu seguro ela pelos ombros e empurro ela para longe da multidão, e ela me segue, dócil igual um cachorro. Eu levo ela até uma porta lateral onde eu sei que tem um depósito empoeirado, protegido pela placa de entrada somente para funcionários. Ela me encara com um brilho travesso nos olhos, provavelmente excitada pela "traquinagem" que estou a incitando a fazer. Ela realmente não tem a menor ideia de quem eu sou. Abro a porta e a tranco por dentro, tiro o cinto da calça e seguro os seus cabelos com força, ela geme enquanto eu empurro sua cabeça para baixo em direção ao meu pau.- -Parece que alguém está...-Não deixo ela terminar de falar e enfio direto na sua boca, fazendo ela se engasgar. Estou olhando pra frente enquanto tenho a sensação da sua boca contra meu m****o. Ela é meio desajeitada, mas não é r**m, usa a boca e as mãos enquanto eu vou empurrando e puxando seus cabelos. Eu fecho os olhos enquanto penso na mulher abaixo de mim, com seus cabelos castanhos claro, penso nas suas curvas generosas e a forma com que ela montou em mim, penso na sua b***a que ficou com uma marca vermelha do formato exato da minha mão e como aquilo combinou com ela. Seu ritmo fica mais rápido e eu estou suando. A mulher abaixo de mim geme também e seu gemido não é o que eu esperava, não era o que eu queria ouvir. Eu olho pra baixo e vejo aqueles cabelos ruivos e tudo desmancha. Eu a puxo pelos cabelos e tiro meu p*u da sua boca, brochado. Eu fecho o zíper da minha calça. -Mas o que houve? - Passo por ela, destranco a porta e saio, furioso. Vou andando em direção a saída. Não Seu porque pensei que vir aqui seria uma boa ideia, sendo que ela não está aqui. Minha ritalina. A única cura existente para a doença que ela mesma me infectou. Eu preciso disso, preciso mais disso. Preciso do seu gosto, das suas mãos pequenas arranhando o meu corpo, eu preciso sentir. Vou em direção a saída, passando por um grupo de pessoas mais embriagadas que eu, até que um ombro esbarra em mim com força, e eu olho pro sujeito que deve ter sido o mais azarado dessa noite.
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