Archenemy

4246 Words
Capítulo 3 – Inimigo Mortal. Nem preciso comentar que a recepcionista veio mesmo, não é? Escutei a voz dela do lado de fora e sorri quando Sam agradeceu em um tom simpático. Ele fez o que eu pedi perguntando sobre a boate e só então eu decidi parar de tentar espionar e realmente tomar meu banho. Aproveitei o tempo no banheiro para dar uma olhada no espelho, tudo bem, eu perdoaria tio Charlie e Samuel por não terem me conhecido logo de cara, eu tinha que admitir que os anos foram bons demais para a adolescente que eu era antes. – Ela me deu o endereço da boate, amor. – Ouvi a voz de Sam totalmente debochando da minha cara do lado de fora – Você vai querer ir ainda hoje? – Claro. – Gritei de dentro do banheiro e logo depois abrindo a porta do mesmo apenas com a calça e o sutiã – Amor. Sam me olhou de cima a baixo, mas parou nos meus olhos, como se algo ali o estivesse incomodando. – Você usa lentes verdes? – Demorei um pouco para me tocar que ele se referia a cor dos meus olhos estarem diferentes, então apenas assenti saindo do seu campo de visão e procurando por uma blusa e uma jaqueta já que a noite dava sinais de frio – Seus olhos já são lindos azuis. – Mamãe tinha olhos verdes. – Eu disse remexendo minha mochila – Papai tinha olhos azuis. – Você puxou ao tio Robert. – Sam deduziu como se fosse uma novidade, e logo depois se sentou na cama me encarnado vestir uma camisa preta qualquer – Ele disse algo antes de... – Não. O cortei antes que ele dissesse a palavrar "morrer" eu não queria falar sobre isso, quero dizer, eu não precisava falar dos meus sentimentos. Só queria concretizar minha vingança, e depois deitar numa cama que eu comprei, em uma casa que eu tenha alugado, pelo menos por alguns dias antes de voltar a caça, e respirar fundo comendo queijo. Então, antes que tudo isso se realizasse eu só ia focar na minha vingança. Claro que papai disse alguma coisa. Ele tinha que dizer, e Samuel o conhecia o suficiente para saber que ele diria algo. Acontece que a maneira como tudo aconteceu não foi tão simples quanto parece. – Tem certeza de que ir atrás de Nicolau vai ser a melhor maneira de terminar isso tudo? Você pode simplesmente esquecer, voltar para o bar comigo, e ficar lá. Charlie adoraria. – Encarei Sam ao ouvir aquilo. – Pela maneira como você está me olhando eu estou contando algum tipo de barbaridade. – Olha. – Parei a frase para respirar fundo e simplesmente ser menos grossa – Eu vou fazer isso, vou matar Nicolau. Você pode vir comigo depois dessa caçada ou não, eu não pedi para que estivesse aqui agora e não vou pedir que esteja quando eu for atrás da minha presa maior. Ele simplesmente mordeu o lábio inferior e sussurrou um ok, baixo o suficiente para indicar que o meu monologo tinha valido a pena. Eu não queria ter que ser grossa, mas só porque eu perdi minha mãe e meu pai, Sam e qualquer outro pensa que eu quero um ombro para chorar, e eu não preciso disso, se eu precisasse não seria eu. Sempre forte o suficiente para tratar de tudo sozinha, essa sim sou eu. [...] A boate era grande. Na verdade, enorme e eu comecei a querer subir no palco e dar o meu próprio show. Fala sério, eu sempre gostei de ser o centro das atenções. – Eu acho que vou ficar por aqui. – Disse Sam encostado em uma haste da boate olhando diretamente para o palco, onde tinha algumas strippers. Parei ao lado dele analisando as mulheres em cima do palco. Realmente, fazia muito sentido para ele ficar ali, elas até valiam a pena. Soltei uma risada irônica, e passei a língua pelos meus lábios. – Se continuar aqui não vai conseguir nenhuma. Papai e eu fizemos um trabalho parecido uma vez, eu fiquei com a stripper e ele não. – Samuel agora me olhava totalmente assustado como se estivesse ouvindo a data que o mundo ia acabar – O que foi? Nunca provou da outra fruta? – Hm... Não? – Dava vontade de rir da careta que ele fez, mas eu tive que me conter. – Pois, deveria. – Sorri o puxando até o bar e me sentando ali com ele ao meu lado – Vamos pedir alguma coisa, tipo informação e dar o fora antes que eu suba no palco e faça você babar mais ainda. Ouvi sua risada e logo um barman se aproximou. Ele era alto e forte, não entendia porque estava trabalhando ali, não tinha o perfil para esse trabalho. A menos que aquele não fosse seu trabalho. – E o que vai querer docinho? – Ele tentou ser provocativo para cima de mim e eu vi pelo canto do olho Sam revirar os olhos com isso. – Sangue. – Respondi normalmente. O barman me olhou de cima a baixo assustado, ou num falso alarme, queria se fazer de assustado para que eu desse o fora dali, sem dúvidas. – Vampira ou caçadora? – Ele finalmente perguntou. Eu sabia que ele não era um simples barman. – Depende do que você precisa. O silêncio entre nós, se estendeu por uns instantes. Claro que o silêncio era só entre nós porque as batidas musicais da boate só faziam aumentar cada vez mais, me dando uma certa vontade de dançar. Lembrei que eu e papai fazíamos trabalhos em lugares assim, e que sempre usávamos o mesmo plano infalível. Quando era um vampiro eu me aproximava e o seduzia, até que ele tentasse me atacar, quando era uma vampira, meu pai fazia o trabalho. Vampiros são extremamente frustrados sexualmente, nunca estão satisfeitos coitados. – Ele saiu pela porta dos fundos. – O barman finalmente falou – Alto, cabelos castanhos, olhos azuis que chamam bastante atenção, tinha uma barba rala um sorriso de canto encantador. – Sorri vendo que o barman parecia bem encantando pelo vampiro descrito – Depois saiu uma mulher, uma das dançarinas, mais baixa que você, loira com os cabelos batendo nos ombros, olhos verdes e um batom roxo bem chamativo. – Quem é a presa e quem é a caça? – Sam perguntou justamente o que eu estava pronta para perguntar. – Os dois são vampiros, mas o rapaz estava armado. Olhei Sam assustada e vi que ele pensava o mesmo que eu. – Um vampiro bonzinho? – Samuel parecia indignado com a possibilidade. – Só vamos sabe se confirmamos. – Olhei para o barman – Caçador? – Só um barman com conhecimento demais. Soltei uma risada e fiz um aceno com a cabeça para o barman me encaminhando a saída dos fundos. Antes de passar por ela eu retirei a arma da minha cintura, as balas de minha arma, feitas de madeira e revestidas com aço, eram para que a bala fosse capaz de atravessar a pele do vampirinho. Eu tinha que admitir, que se um vampiro estava matando outro vampiro, até meu pai pensaria a mesma coisa: Não se aproxime. Se ele foi capaz de trair sua própria espécie quem dirá de um reles humano. Sam fez questão de abrir a porta para mim e assim que saímos com a arma em punho, vimos apenas um rapaz de uma moça se comendo encostados na parede. Eles não pareciam ter percebido a nossa presença. Olhei para trás vendo Sam dar de ombros, era melhor que voltássemos para dentro da boate e pegássemos informações mais precisas com o barman. Me virei pronta para abrir a porta e sair dali deixando o casal se comer à vontade, mas Sam me segurou pelo braço como se quisesse chamar minha atenção. – Cabelos loiros. – Ele sussurrou e eu olhei para a mulher com mais atenção vendo que estava certo, e agora ela recebia um belo beijo no pescoço – Ela está sangrando? Apertei meus olhos sentindo falta das lentes de contato e vi que tinha alguns filetes de sangue escorrendo pelo pescoço dela. Coloquei minha arma em punho novamente, apontando para o casal e pronta para saber porque eles ainda não tinham percebido nossa presença. Como seres insaciáveis, os vampiros tendem a se distrair fortemente durante um ato mais carnal ou quando estão se alimentando. Acho que essa teoria se encaixava perfeitamente ali. Antes que eu pudesse gritar ou atirar eu vi o rapaz se afastar da moça e levar uma das mãos na direção de seu peito. Acontece que ele não fez um carinho. Ele atravessou o peito dela com uma das mãos fazendo com que eu e Sam abaixássemos as armas e víssemos a mulher gritar de dor, mostrando suas presas de vampira. Pela força do rapaz ele só poderia ser um vampiro também. Então eles realmente eram os vampiros descritos pelo barman, bom garoto. Era um vampiro de qualquer jeito, e todos merecem morrer. O corpo da vampira escorregou pela parede caindo aos pés do outro vampiro que sorriu e virou o rosto na nossa direção. Sam apontou a arma para o mesmo, enquanto eu já tinha desistido de atirar por um motivo pessoal demais. Claro que meu amiguinho não estava ciente de p***a nenhuma do que eu estava fazendo, mas eu só deixei que o vampiro se aproximasse. – Cat! – Sam gritou ao meu lado, e agora o vampiro bonzinho estava parado bem a nossa frente. – Está tudo bem Sam. – eu disse abaixando a arma do mesmo fazendo com que ele ficasse sem entender nada por nada. – Olá, caçadora. – O vampiro disse com a boca suja de sangue e o sorriso safado que ele sempre teve. – Olá Erick. – Eu disse por fim me dando por derrotada. [...] A recepcionista do hotel deve estar até agora esperando ouvi os gemidos do ménage sem dúvidas. Claro, se uma mulher chega com dois homens ali, é obvio que ela pense essas coisas, a menos que ela saiba que um é um vampiro e o outro é um amor antigo. Eu só me colocava em enrascada, aonde estava meu pai para me bater agora? – Ok deixa eu entender, vocês se conhecem? – Sam estava sentado na cama de casal olhando para mim encostada na parede e para Erick que permanecia na cadeira em um canto do quarto. – E você não sabe o quanto. – O vampiro respondeu me olhando totalmente malicioso enquanto e revirava os olhos. – Erick é um i****a. – Eu poderia tê-lo apresentado de outro jeito, mas assim estava bom – Ele fazia parte da tribo de Nicolau e quando vieram atrás do meu pai ele os desertou, alguém matou a vampirinha dele e ele ficou revoltado. Me ajudou a fugir de Nicolau, mas não me ajudou a salvar meu pai. – Querida, desculpe, era você ou seu pai. – Ele pareceu ofendido – Não se esqueça que se Nicolau matou Molly, ele também matou Robert e Ellen. – Você lave a sua boca com álcool antes de falar o nome dos meus pais. – Apontei o dedo na sua direção. – E você para falar da minha mulher. – Ele se levantou vindo para cima de mim. – Ela está morta. – Fiz uma careta óbvia. – Seus pais também. Poderíamos ter continuado a discutir se a presença de Sam não se tornasse algo percebível. – Gente? – Ele chamou nossa atenção e Erick voltou a se sentar na cadeira – Então, você é um vampiro bonzinho e Cat uma caçadora em potencial, eu realmente adoraria ver uma luta, mas estou tentando entender como você deixou um vampiro te ajudar e ainda ficar vivo. Você sabe o que seu pai falava. – Eu sei, ele continua sendo um vampiro. – Remexi na minha mochila retirando uma caixinha de óculos e logo depois o colocando, talvez o medo da cabeça doer fosse maior que eu esperava – Eu estou cansada, meus olhos estão cansados, e minha cabeça está cansada será que posso dormir e conversar com vocês dois, amanhã? – Como se o pequeno vampiro aí pudesse voltar amanhã de manhã. – Sam se jogou para trás na cama rindo sozinho. Eu e Erick nos encaramos e suspiramos juntos. Sam parecia não saber ainda. – Erick tem um amuleto. – Revelei revirando os olhos – Ele pode sair no sol. – Ok, então eu também tenho que me preocupar com vampiros a luz do dia? – Ele parecia realmente incomodado com aquilo. – Na verdade, o amuleto só funciona se tiver o sangue de uma bruxa e de um caçador. – Expliquei puxando o colar de Erick, estava escondido dentro de sua camisa então eu precisei fazer mais contato do que eu planejava – Bruxas são bem raras, mas eu dei meu sangue de bom grado depois que ele me salvou. Samuel passou a língua nos lábios como se algo ali o estivesse incomodando bastante, e eu sabia o que era. Um vampiro era mais próximo de mim do que meu próprio ex de infância. Era isso que se passava na cabeça dele. – Para mim chega, eu vou me arrumar para dormir. – Era a forma dele escapar. Assenti com a cabeça e Erick me cutucou pelo braço fazendo um sinal para que conversássemos do lado de fora. – Eu já volto. – Avisei Samuel. Erick abriu a porta do quarto para mim que passei por ela rapidamente e logo depois ele fez o mesmo fechando-a do lado de fora. Encostei em uma haste de concreto e fiquei encarando Erick esperando que ele dissesse alguma coisa, mas ele apenas ficou me encarando como se não soubesse como começar o assunto. – O que quer? – Perguntei impaciente. – O garoto não sabe sobre você, sobre Nicolau e seu pai. Ele não sabe nem sobre mim, como pretende fazer com que ele confie em você nessa sua jornada fajuta? – Erick podia ser um vampiro metido a b***a, mas nos dois sabíamos que quando ele precisava falar verdades, ele não media esforços. – Eu não pedi que ele viesse. – Retruquei tentando parecer confiante, mas tinha que admitir que estava feliz por Sam estar ali – Ele não pode saber dessas coisas Erick, Sam e eu temos uma estória que não estou a fim de apagar. – Então conta para ele que você é filha de uma bruxa e que por isso ainda não virou uma vampira! – Eu tinha vontade de bater na cara dele toda vez que ele falava aquilo, e não era a primeira vez. – Sua mãe era uma bruxa, que colocou a porcaria de um feitiço em você e agora você tem o sangue mais doce e venenoso de todo o Kansas. – Minha mãe não era bruxa! – Me contentei em gritar, mas sabia que não podia, Sam poderia ouvir – E eu sou como qualquer outra pessoa, posso virar vampira com uma mordida, e você sabe disso, sou apenas uma pessoa normal. – Nicolau te mordeu! – Erick deu um passo à frente na minha direção e eu levantei o queixo tentando focar em seus olhos azuis, muito bonitos por sinal – E você sabe que eu não estou mentindo. – Eu estava desacordada não vou acreditar em você. – Abaixei minha cabeça tentando ignorar aquilo. Era humilhação demais para que eu pudesse aceitar. Minha mãe não era uma bruxa, e eu era igual qualquer pessoa, não era melhor nem pior, nem nada do gênero, eu era apenas uma humana eu tinha total ciência disso. Erick soltou o ar próximo ao meu rosto e eu levantei a cabeça instintivamente vendo que nossos narizes estavam quase se tocando. – Molly quase botou fogo em mim por ter te beijado aquela vez. – Eu espremi meu corpo contra a haste de gesso atrás de mim, querendo fugir dele, droga, maldita hora que eu nasci mulher, eu sempre tinha casos pela estrada, mas com Erick, um beijo só e ele ainda pensava em mim? – Eu não ligaria de ter queimado até a morte por ter te fodido também. – Você nunca mais vai encostar em mim. – Respondi tentando levar minha mão até sua face no intuito de bater nele, mas ele segurou meu punho já adivinhando meu movimento – Me solta, Erick. – Ele é o humano da sua adolescência, não é? Aquele que Robert falou uma vez. – Seu hálito fresco se afastou do meu rosto e eu olhei para o lado, impossibilitada de responder qualquer coisa – Você está levando ele para a própria morte e sabe disso. – Sammy não vai morrer. – O apelido dele saiu da minha boca antes que eu pudesse impedir. – Sammy não vai é te suportar. – Ele me imitou e eu o encarei o matando com os olhos – Você não sabe o que quer e vai brincar com ele. Nicolau sempre disse que a filha de Ellen deveria ser uma boa atriz igual à mãe. Aposto que você pode fazer melhor que ela. Nós dois sabemos porque Ellen morreu. Não faça com que o Sammy tome o mesmo caminho que Nicolau, ou você vai sair perdendo no jogo do amor, caçadora. Erick me deu as costas, pronto para ir embora dali me deixando totalmente sem jeito e sem palavras. – Erick! – Gritei pelo mesmo que se virou me olhando – Você sabe aonde ele está? Ele pareceu pensar um pouco, como se não soubesse que eu estava falando de Nicolau. – Eu volto amanhã, Catherine. Suspirei vendo o vampiro sumir. Ele raramente me chamava de Catherine, gostava de me provocar me chamando de caçadora, o que de certa forma era sexy e eu tinha que admitir. Agora só faltava enfrentar Samuel dentro do quarto. Respirei fundo, bem fundo mesmo antes de entrar no quarto e ver Sam sentado na cama como se estivesse me esperando entrar para que pudesse me dar uma bronca daquelas. Eu conheci todos ali, sem dúvidas não dava para ficar fingindo que nada estava acontecendo. – Vocês parecem ser muito amigos. – Ouvi Sam comentar quando me sentei ao seu lado encarando o nada assim como ele. – Erick é só um vampiro... – Sim, eu sei. – Olhei Sam agora que ele tinha me interrompido – Lembra que eu falei que seu fetiche era aquele i****a sobre ser lambida com vinho para fingir que era sangue? – Minhas sobrancelhas se juntaram tentando entender do que servia aquilo – Seu fetiche, na verdade, é que o vinho seja realmente seu sangue e o homem seja realmente um vampiro. – Você está ouvindo o que está falando? – Fiz uma expressão ofendida – Não tem o menor cabimento. – Como não tem o menor cabimento? Vocês estavam se comendo com os olhos! Que tipo de passado tem com ele? – Você quer parar de falar de mim e do Erick como se quisesse realmente falar de mim e do Erick? – Me levantei parando a sua frente – Você está escondendo o real assunto desde que me viu. Quer perguntar por que voltei agora e não mais cedo. Quer saber se arranjei outro amor, quer saber se o que eu sinto por você acabou, fale logo isso, pergunte de uma vez o que tanto parece estar te matando. – Eu não preciso. Dizendo isso ele me puxou para a cama com tanta facilidade que até me assustou. Agora ele estava por cima de mim, segurando meus braços ao lado do meu corpo e com as pernas prendendo as minhas. – O que pensa que está fazendo? – Perguntei lerda como sempre. – Eu não preciso perguntar nada disso, eu acredito que posso sentir seus sentimentos com apenas um toque. – Sam deslizou o dedo pelo meu braço me causando arrepios – A maneira como você reage diz tudo sobre você. – Então você está esperando o que para fazer o próximo passo logo? – Perguntei erguendo meu rosto até que alcançasse o dele e finalmente nossos lábios se tocassem. Não era como na adolescência como quando eu perdi a virgindade com Sam. Era um pouco mais sentimental dessa vez, como se fosse a saudade ali, descrita apenas com um beijo. Não demorou muito para que nossas línguas estivessem em contato e meus braços livres passeando por suas costas. Era um sentimento de preenchimento estar assim, em uma cama com o primeiro cara e provavelmente único que eu amei. Claro que nada daquilo passou na minha cabeça como um plano para que acontecesse agora, mas é que eu estava um pouco ocupada demais com a boca e o resto do corpo para que minha mente viesse me comprometer agora. Eu não sei quando, e nem como, mas logo mais nossas roupas estavam voando para algum lugar do quarto e quando me dei conta estávamos apenas da maneira que viemos ao mundo. – Você não pegou nenhuma doença nesses anos todos, não é? Eu estou querendo apressar as coisas aqui em baixo. – Aquele era o Samuel que eu conheço, sempre fazendo piadas nas horas inapropriadas, principalmente agora. – Não. – Dei uma risada gostosa com sua pergunta, mas logo a risada se desfez. Aposto que a expressão de prazer que tomou conta do meu rosto foi o suficiente para ele entender que eu tinha mais do que gostado de senti-lo novamente dentro de mim. Era um misto de saudade e satisfação eu não conseguia descrever direito, eu até acho que nunca conseguiria, era algo inusitado. Os beijos, as carícias, os momentos, ali dentro de um quarto de hotel fajuto durante uma caçada me depois os gemidos e gritos, os nomes sussurrados ao ouvido, nada no mundo me faria desejar outra coisa naquele momento. Eu não tinha como descrever tudo o que aconteceu, e muito menos como aconteceu, era uma coisa minha, mas eu podia dizer que havia sido gostoso o bastante para que quisesse refazer tudo novamente. [...] Acordei com a sombra de algo passeando sobre meus olhos. Abri meus olhos me dando conta de que já havia amanhecido e que eu e Sam não estávamos sozinhos no quarto. – Bom dia, caçadora. – Erick sorriu a minha frente enquanto eu me certificava de estar coberta o suficiente para que pudesse o encarar – Eu vou esperar que se vista do lado de fora. Mesmo que já tenha visto tudo o que você tem aí. Quando a porta do quarto bateu me indicando que Erick havia saído eu olhei para o lado, vendo que Sam ainda dormia. Queria saber como ele entrou ali e por que agora? Não que eu me preocupasse se ele ia ter o coração quebrado ou o c*****o que fosse eu só me sentia desconfortável por saber que ele me encontrou nua na cama com um homem que não era ele. Não que eu me sinta m*l por não ser ele, droga, eu sei que estou me complicando mais ainda. Sai da cama da maneira mais cautelosa que podia para não acordar Sam e me vesti com a primeira roupa que eu vi na minha frente sem vontade de deixar que Erick ficasse mais tempo do lado de fora esperando por mim. Sai do quarto de hotel tomando cuidado para que a porta não fizesse barulho e pude finalmente respirar quando estava do lado de fora. – Que cena linda. – Fiz uma careta para Erick e ele sorriu. – O que você quer a essa hora da manhã? – Perguntei tentando fazer com que ele fosse embora rápido e finalmente eu pudesse voltar para dentro do quarto e me deitar. – Por que a pressa princesa? Quer voltar para os braços do seu amado? – Alguém parecia estar de ovo virado. – Diz logo o que quer. – Me encostei na parede passando as mãos pelo meu cabelo e percebendo o quanto ele estava bagunçado. Erick não respondeu nada e eu o encarei novamente, meio embaçado claro, me faltavam os óculos ou até mesmo as lentes de contato, mas eu sabia que ele estava me olhando como se a minha pergunta fosse retórica e eu já soubesse a resposta. – Quer falar de Robert. – Eu disse por fim. – Já faz mais de uma semana que ele morreu e você não parece ter falado sobre isso com ninguém. Alguém me belisca eu estava vendo um vampiro bonzinho de olhos azuis, preocupado comigo. – Ah! Claro, vem aqui. – Estendi os braços na direção dele – Vou chorar no seu ombro te abraçar bem forte, e depois vamos dançar juntinhos pela estranha de tijolinhos. – Brinquei com um sorriso falso e logo depois levantei o dedo do meio para Erick. – Olha, Catherine. – Fiquei seria ao ouvir ele me chamar pelo meu nome – Eu só vim aqui porque estou caçando vampiros que não sabem manter a descrição, e se estou aqui na sua frente agora é porque tem caso novo. – Você resolveu meu caso e agora precisa da minha ajuda para resolver o seu? – Perguntei cruzando os braços, aquilo não tinha graça. – Sim, e depois vamos atrás de Nicolau. Suspirei. Erick era minha melhor chance de ir até Nicolau. – Ok, quem eu tenho que matar? – Me dei por vencida, não tinha como lutar contra aquilo. – Minha descendente.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD