Sentimentos em Conflito

1019 Words
Cara tinha que confessar que nada a havia preparado para aquela reação de Rycon. Ela não pensava que o CEO faria aquilo, e o fato de poder sentir os países baixos dele tocando sua int*midade não ajudava muito em seu raciocínio. — Me solte, Rycon! — insiste ela, tentando se soltar, mas o aperto dele era como duas algemas em volta de seus pulsos, impedindo-a de se mover. — Te soltar? — pergunta ele, dando uma risada que fazia o corpo de Cara se arrepiar. — Eu devia era te devorar. — Ficou louco! Você não pode estar falando sério! — diz Cara, furiosa. Rycon olhava para Cara, dominado por uma necessidade primal. Ele não sabia o que ela tinha que o atraía tanto, mas, naquele momento, enquanto estavam apenas os dois naquele quarto, estava disposto a ceder aos seus instintos e simplesmente agir como um animal, sem se preocupar com nada além do prazer à sua frente. Ele não raciocinava; era como se tudo que sentisse fosse ela: seu cheiro, seu corpo quente debaixo do dele — e aquilo já era mais que suficiente para enlouquecê-lo. Rycon se inclina mais sobre Cara, os seus olhos faiscando de puro desejo. Quando os seus lábios estavam próximos aos dela, uma dor alucinante toma conta de sua i********e. Ele geme e cai ao lado de Cara, arfando. — Eu vou contar tudo para o César! — diz ela, virando as costas para sair, mas para no caminho, volta até ele e lhe dá um tapa no rosto. A porta do quarto bate com um estalo alto. Rycon praguejava, rolando na cama enquanto segurava a sua i********e. — Filha da mãe... — resmunga, tentando aliviar a dor que sentia. Rycon fecha os olhos e apenas se concentra em sua respiração. Lentamente, a dor vai diminuindo. A porta do quarto se abre lentamente e ele ouve passos se aproximando. — Então é verdade — diz César. — Você foi nocauteado por uma mulher com metade do seu tamanho. A risada de César enche o lugar. Rycon pragueja com as piadas do pai; ele não estava no clima para aquele tipo de brincadeira. — Isso não tem graça, papai — diz ele, sério. — Na verdade tem, mas acho que você agiu da forma errada, filho, e vai precisar corrigir a besteira que fez — diz César, jogando um saco de gelo sobre Rycon. Rycon pega o gelo e se senta com cuidado, praguejando pela dor. Com cautela, coloca-o em suas partes íntimas e encontra o olhar do pai. César tinha um brilho divertido nos olhos, mas não fez mais nenhum comentário. — Não sei o que deu em mim — responde Rycon. Ele realmente não tinha uma resposta para o que havia feito. Estava chateado pelo que Cara pensara dele, mas nada justificava aquele tipo de comportamento, ainda mais vindo dele. — Eu sei o que houve — responde César, sentando-se ao lado do filho na cama. Rycon o olha intrigado. Seu pai sempre fora seu melhor amigo e compartilhavam tudo, mas, de alguma forma, ele se sentia estranho naquele momento — como uma criança prestes a ser duramente repreendida. E ele sabia que merecia. — Você gosta dela, filho, e não sabe o que fazer com esse sentimento. Então está enfiando os pés pelas mãos — diz ele, de forma tranquila. Rycon encara o pai, pronto para negar suas palavras, dizer que ele estava louco e que precisava fazer um exame na cabeça, mas a forma como seu coração acelerou com o que ouvira o fazia pensar o contrário. Os pensamentos de Rycon vagaram até os olhos castanhos de Cara. Ele amava a forma como eles faiscavam quando a provocava, ou como seus longos cabelos esvoaçavam ao vento. Para ele, ela era linda, de uma beleza quase ingênua que jamais pensara encontrar em alguém. — Eu não sei... — diz por fim, sem dar o braço a torcer. — Eu sou seu pai, garoto. Conheço cada pequeno detalhe sobre você e sei que gosta daquela mulher. E não o culpo por isso. Cara é gentil e delicada, além de ser eficiente e conseguir discutir com você à altura. Ela vai conseguir te domar. — Pai! — reclama Rycon com as palavras dele no final. — Não me olhe assim. Um homem só é feliz quando tem uma baixinha para desafiá-lo — responde ele, rindo, enquanto seus pensamentos se voltavam para Mira. — Deixa a mamãe te ouvir falando assim... — brinca Rycon. — Ela sabe. Já conversamos sobre Cara e concordamos que ela é perfeita para você — diz ele, dando um tapinha nas costas do filho. — Andaram falando de mim pelas costas? — Sempre falamos de você pelas costas. É nosso filho, temos esse direito. Rycon bufa com a resposta do pai. — Mas se gosta dela, invista, filho. Eu sei que Cara não nos contou tudo sobre si, e respeito isso. Se você realmente gosta dela, devia tentar conversar com ela sobre isso. — Não te incomoda o fato de ela ter um filho? Ou não ter posses? — Francamente, Rycon — diz César, balançando a cabeça. — Sabe que eu não ligo pra isso. E Cara não é dessas mulheres interesseiras, já percebi. Quanto ao Gael, olha o lado bom: se você se casar com ela, eu já ganho um neto. Rycon olha o pai, surpreso com suas palavras. Ele sabia que César não ligava para bens ou aparência. Gostava de levar uma vida simples, mas, ainda assim, o surpreendeu ouvir aquilo. — Vou pensar no que disse, pai — responde ele, com um suspiro. — Se precisar de ajuda, basta pedir. Eu e sua mãe temos ótimas ideias — diz ele, levantando-se com um sorriso no rosto. — Ela vai adorar saber que estamos certos. — É da minha vida que vocês estão falando! — grita Rycon, quando o pai já estava à porta do quarto. — Eu sei. Por isso mesmo vamos nos meter — responde, piscando para o filho. Rycon observa aquilo surpreso, então começa a rir. Era grato aos céus pelos pais que tinha.
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