Capítulo Três

1431 Words
Quando disse que estava pronta para viver minha vida, não esperava que fosse algo que me daria tanta dor de cabeça ou me traria uma angústia. Havia se passado dois meses que estava em Nova York, e nada. Todas as empresas as quais tinha selecionado para começar a trabalhar já estavam com as vagas de recém formados completas, o que me deixou completamente desanimada. Os dias vinham se passado e meus pais sempre perguntando se já tinha conseguido me ingressar em uma empresa de nome, era doloroso dizer a eles que estava na lista de espera ambos se empenharam tanto para me ver formada e trabalhando no que me fazia feliz. Minha prima se empenhava em me ajudar sempre, entregando currículos e fazendo suas famosas ligações. Era sexta feira estava jogada na cama do seu quarto olhando para a tela do computador fazendo o envio de mais alguns currículos. — Você precisa sair! —  sugeriu ela entrando no quarto —  desgrudar esse computador. —  Não posso Lê…— levantei a cabeça encarando ela —  meu dinheiro está acabando é se eu não encontrar nada até o final do mês terei que voltar para a casa dos meus pais. — Não se cobre tanto… vamos é por minha conta. Soltando um suspiro encarou a prima que me lançava o olhar de quem não diria não, me dando por vencida concordei lançando uma última olhada para minha caixa de email até que algo me chamou a atenção ; Cara Ivy Albuquerque.  Somos a Sweet Company, uma companhia de secretária executiva. Meu nome é Andrea Davis. Recebemos seu currículo há alguns dias e achei impressionante e gostaria de marcar uma entrevista com você para a segunda-feira às 7:00 da manhã.  O endereço com as instruções e o tipo de vestimenta segue no anexo abaixo. Aguardo sua presença Atenciosamente Andrea Davis Não esperava receber um email, li e reli várias e várias vezes tentando acreditar, tinha feito tantas entrevistas em dois meses que já estava perdendo as expectativas mas algo nessa vaga me deixava com o pé atrás com uma dúvida de que não era certo, mas como precisava de um emprego aceitaria até servir cafézinho, os mais importantes começaram assim não é, servindo cafezinho e hoje são importantes donos de multi internacionais. Ser secretária não era de todo r**m não é. — Que cara é essa? —  perguntou secando os cabelos. — Já ouviu falar na empresa Sweet Company? — Já — ela riu baixinho —  É uma empresa de secretarias privadas, hummm como posso dizer… você  contratada para ser secretária de um magnata. Olhei confusa para ela, realmente estava por fora quando se é criada com toda uma regra e limites acabou me deixando um pouco bitolada em relação ao mundo. — Parece tranquilo… não é? — ela olhou para o lado como se ainda faltasse coisas — Lê… é tranquilo né. — É claro…  Com mais alguns clicks anotei o endereço a dei uma analisada nas regras e nas indicações de vestimenta; saia lápis, meia de seda, sempre de salto alto e camisa branca. A roupa social era bem estilo secretária sexy mas não podia reclamar.  Com a animação renovada pulei da cama, iria me divertir essa noite e com grandes expectativas faria a entrevista e conseguiria aquele trabalho, por mais que me parecesse estranho e muito suspeito. Corri para o banheiro tomando um banho lavando meus cabelos, aproveitei esse momento para pensar na minha família e em meu pai, ele pagou minha faculdade para trabalhar em uma empresa e não ser secretária mas dá no mesmo não é… trabalharia para alguém só que diretamente com o dono talvez isso facilitaria que eu conseguisse um trabalho direto na empresa. Pensaria dessa forma ou iria explodir ⊱⋅ ──────────── ⋅⊰ Depois do final de semana agitado Lê me deixava em frente a um enorme prédio na Av.Principal com um sorriso e um voto de boa sorte ela partiu para o seu trabalho, caminhei em direção a porta giratória, o local cheirava a dinheiro o chão de mármore preto a decoração moderna  nos tons cinza escuro e branco e tinha até um porteiro usando aqueles uniformes iguais nos filmes. Me aproximando do balcão tirei meu passaporte. — Bom dia, sou Ivy Albuquerque vim para uma entrevista no Sweet Company vigésimo primeiro andar —  disse em inglês; O homem digitou algumas coisas em seu teclado e logo me entregou meu passaporte com um cartão de visitante e me indicou os elevadores. Segui as instruções e fui em direção ao elevador, respirei fundo para não me sentir nervosa já tinha passado por isso tantas vezes que não precisaria ficar nervosa.  O hall de entrada era de uma classe que só tinha visto em filmes, todo decorado de vermelho e preto com suaves toques de dourado, o logo da empresa estava estampado na porta de vidro e logo atrás um balcão da recepção de mármore preto da mesma cor do térreo, uma mulher bem arrumada com os longos cabelos loiros preso em uma trança de lado com um headset ela aperta um botão e a porta se abre automática, com um sorriso gentil. — Bom dia, Ivy Albuquerque?  Uau, ela sabia meu nome talvez soubesse meu CPF e a data de nascimento também. — Sim, estou esperando…. Uma porta se abriu e uma mulher na base dos quarenta anos saiu usando uma calça de alfaiataria preta e uma blusa cor de vinho de seda, os longos cabelos castanhos soltos e salto altíssimo. Com um enorme sorriso ela veio até mim tomando a minha mão.  — Ivy querida, como vai? —  cumprimentou. — Oi… bom dia. — Bom dia, vamos temos muito o que conversar. Ela me guiou para uma sala grande com uma enorme janela que dava uma vista excelente da cidade, mesa de vidro e uma área social com sofá, poltrona e uma mesa de centro que estava servida com um café da manhã. — Está com fome? — perguntou se sentando em um sofá indicando que eu me sentasse ao seu lado. — Não obrigada. — Como deve esperar, sou Andrea, diretora executiva da Sweet Company. Como soube da nossa empresa? — Na realidade, eu enviei vários currículos para empresas —  comecei — sou formada em administração. — Ah, claro. Seu currículo acadêmico é incrível. — Obrigada. — Bom, como deve ter pesquisado, somos uma empresa de secretárias particulares, trabalhamos com mais dos importantes executivos, políticos e famosos do mundo inteiro.  — O que uma secretária particular faz ? — Bom, tudo — ela sorriu — desde arrumar gavetas de meias há acompanhar em viagens de trabalho e organizar tudo. — Então… — Isso… terá que fazer companhia ao contratado sempre que ele requisitar. Pagam bem e claro dão a maior assistência a suas secretarias — Andrea mudou o tom de voz olhando para mim — Com base no seu currículo e sua beleza, temos um interessado caso queira o trabalho, encaminhamos agora mesmo para a entrevista com o protetor. — Protetor? — Sim, é como chamamos nossos contratados. Pensei nos prós e contras desse trabalho e em como precisava de um emprego, se eles pagavam bem não tinha o porquê de não aceitar.  — Eu aceito! — Perfeito! — Andrea sorriu abertamente e puxou um envelope que estava ao seu lado —  Aqui está… nosso motorista irá levá-la até o protetor. — Obrigada. — Antes Ivy — ela puxou uma pasta vermelha, abriu me entregando uma caneta — prezamos pelo sigilo dos nossos protetores, como aceitou o trabalho, leia o documento e assine por favor. Pegando a pasta comecei a ler, realmente parecia importante por as consequências de vazarem qualquer informação referente ao protetor eram severas que levaria até a prisão, que no meu caso seria a deportação de volta para o Brasil. Me dando por convencida assinei e entreguei a Andrea. — Bom querida, Jack vai te levar até as Indústrias Ryan. Boa sorte. Ok, eu não sabia onde estava me envolvendo e nem com quem iria me envolver, mas eu precisava de dinheiro e não queria de jeito nenhum a ajuda dos meus pais ou ter que voltar para o Brasil. Meu sonho era sair de casa, era sair da super proteção que meu pai impunha para mim, não queria mais isso na minha vida, então eu aceitaria o que quer fosse até mesmo servir de companhia para alguém, não me importaria. Bom, eu me lançaria nessa sorte e talvez pudesse mostrar a essa pessoa o quão boa eu sou. 
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