Detenção

3120 Words
Eu poderia estar em casa assistindo meus dramas queen mais queridos do mundo, enfiada com a cara praticamente dentro de um delicioso pote de sorvete de napolitano ou chocolate, mas eu estou onde? Na escola olhando seriamente para o meu querido e doce professor de exatas, ele parece não se importa de estar sendo morto por mim em minha mente de vários jeitos possíveis e até impossíveis, na sala tem eu e mais dois garotos, Mike e Harry, os dois caras mais irritante de toda a escola, principalmente Harry o metido a valentão, ambos estão sentados no fundo da sala diferente de mim que estou na primeira carteira de frente para a mesa do ser humano que não tem uma vida normal e está em pleno sábado olhando os delinquentes na detenção, Enzo não parece se preocupar com os rapazes e nem comigo, já que não nos olhou até agora, falou conosco apenas para avisar para entrarmos e desde que se sentou em sua mesa está com a cara enfiada em um livro de psicologia qualquer com um nome totalmente i****a, “Como Aturar Crianças Malcriadas!” e por um momento senti que a indireta era pra mim, mudo o meu foco de visão para a janela, o céu estava bonito, talvez eu seja um pouco estranha por amar dias nublados ou chuvosos, dias assim me traziam uma sensação de paz e calmaria, como se nada pudesse me atingir, mas ao mesmo tempo me traz uma sensação de medo como se a qualquer momento tudo pudesse desabar sobre minha cabeça, com a cabeça descansada sobre a mesa observava as poucas gotas de aguas descerem sobre a janela exageradamente grande que tem nas salas, tudo estava uma paz, meu corpo estava relaxado e eu só pensava em meu filho e a saudade que estou dos seus deliciosos beijos de bom dia e boa noite, dos seus bracinhos quentes, de sua risada suave, de sua voizinha pedindo colo ou peito, Henry vai me pagar caro por ter levado meu filho pra longe, ah se vai. Escuto a voz de Harry soa bem ao meu lado, viro o meu rosto e vejo ele sorrir como se tivesse ganhado na loteria, fiz a minha cara de “Fala logo moleque”. _ Você é solteira? – Suspiro e respondo. _ Sou! _ Toparia sair como esses dias? _ Eu adoraria Harry, mas não vai dar, estou muito ocupada esses dias. _ Podemos marcar quando estiver livre! _ Claro, quando minha agenda estiver mais livre te falo! – Sorrir ao ver ele se afastar, dois minutos depois ele e seu amigo saíram com permissão de Enzo. _ De bom humor Prof? _ Ótimo humor Srta. Cooper, sabe esse livro me fez enxergar vocês com outros olhos. _ E o que enxerga agora? _ Bom, você por exemplo não é insuportável porque quer! Algo aconteceu para você ser tão fechada, você criou uma barreira para se proteger de novas decepções e se machucar lá na frente. _ Descobriu isso tudo lendo um livrinho? _ Não, descobrir isso te observando, você não é nada transparente sabe fica difícil te identificar, é curioso! _ Anda me observando Professor Pattel? – Pergunto com um sorriso sugestivo nos lábios, ele me encara por alguns segundos se levanta e se senta sob sua mesa, seu olhar prende no meu antes dele falar. _ Bom sim, seu comportamento é curioso, aparenta ser calma, mas pende a paciência muito facilmente, pior perde por bobagem...você guarda tudo para si e quando explode é de uma vez. – Levanto-me ficando em sua frente. _ E você senhor. Observador, aparenta ser muito estressado, mas se mostra o oposto claro a não ser quando eu te irrito, não sei se é amor desfaçado ou apenas um ódio que por sinal é recíproco. Além de que notei seu olhar irritado para o Harry, tem algum problema com alunos que dão em cima de mim? Tipo sua carinha foi bem pior quando me viu com Kevin, na verdade seu humor fica péssimo quando me ver com o Kevin. _ Só não quero ver uma das minhas alunas sofrendo, sabe isso ocasiona falta de atenção e notas baixas, dando problemas não só para a aluna em questão como para mim também. – Olha seu relógio e diz com a voz mais suave possível. _ Já pode ir, acabou a detenção! – Se afasta da mesa e dá a volta na mesma, seu olhar recai sob a porta ele sorri. _ Isadora, pensei que eu iria te buscar em casa! _ Quis fazer uma surpresa, Hanna! _ Professora Isadora. – Dou o meu melhor sorriso e antes de sair ponho na minha cabeça que "ENZO PATTEL É O MEU PROFESSOR E QUE NUNCA, NUNCA PODERIAMOS TER ALGO" que merda de clichê ficar a fim do meu professor, tenho que parar de ler esse tipo de história urgentemente. Domingo passou correndo, não fiz nada de útil, Kevin saiu e me abandonou, mais uma vez meu filho não quis falar comigo, meus pais viajaram, meu irmão me irrita via telefone e Mara está de folga nessa semana isso significa que eu não terei minha segunda mãe por perto por uma semana inteira. Visto uma camisa azul, uma calça jeans escuro, um tênis branco e uma jaqueta cor musgo, prendo os meus cabelos em um r**o de cavalo, pego minha bolsa e saio de casa, eu mando uma mensagem para o Kevin perguntando se ele irá hoje, mas o mesmo negou, então fui de ônibus, por milagre de Deus eu tinha acordado cedo então não precisei sair correndo atrás dele, nem sempre eu pega ônibus, porém é um grande meio de evitar paparazzi, chego na escola e vou direto para o banheiro estava querendo ver minha cara se estava de morta ou não, mesmo dormindo muito bem, ainda acordo com sono, enquanto verifico minha cara lembro que a primeira aula é de educação física, eles tem que parar de mudar os horários quase todas semanas, saio do banheiro e sigo para o vestiário, chegando lá me troco e vou fazer uma corridinha enquanto a aula não começava, com meus fones de ouvido escutando Demi Lovato, sinto como se estivesse sendo observada, olho para os lados procurando alguém mas não tinha ninguém, então voltei a focar na corrida, alguns minutos depois lá estava o resto da turma e o professor paro ao lado dos alunos. _ Bom dia Classe hoje teremos um treinamento básico de corrida com obstáculos, Copper pode se retirar, vi que já fez sua parte do treino. – Dou um sorriso com a ideia, vou para a arquibancada e fiquei vendo os alunos treinarem, uns 20 minutos depois a aula acabou, fui para o vestiário tomei um banho e me vestir adequadamente, saio do mesmo e fico na biblioteca esperando dar a hora da próxima aula que seria de Gramatica, eu estava sentada em uma mesa por trás da última prateleira de livros, aquele lugar era bom para ficar sozinho, quase ninguém ia pra lá, enquanto eu lia um livro qualquer sobre a história Grega, escuto passos vindo em minha direção olho para os lados e vejo Enzo, mas o mesmo estava lendo algum livro, sentou na minha frente e nem si quer me notou, voltei a ler ignorando sua presença até que sua voz se fez presente. _ Saber Copper aqui é um ótimo lugar para se ler, é mais silencioso do que toda a biblioteca em si e aqui podemos falar com uma voz razoavelmente baixa e não levamos reclamações, Natalia pode ser bem chata as vezes. – Comentou, dou um murmuro em resposta e voltei a ler, mas ele não parecia querer calar a boca. _ Não sabia que gostava de leitura grega. _ Talvez seja por você não é ser professor de humanas e sim de exatas, se fosse saberia da minha grande paixão sobre tudo que tem a ver com a Grécia antiga, a antiguidade em si. _ Surpreendente, você sempre me surp- _ Poderia parar de falar? Aqui mesmo sendo distante dos ouvidos potentes da Srta.Brown ainda é uma biblioteca e uma das regras mais severas é o precioso silencio. – Interrompi ele, vejo um sorriso brota em seu rosto e isso faz meu corpo aquecer. O sinal tocou, então peguei minhas coisas e sai pelo local mais longo, saindo de frente a entrada da grande biblioteca, entrego o livro a Srta.Brown e sigo para a minha próxima aula, na última aula que era de Enzo ele simplesmente me ignorou algo que me deixou intrigada e feliz ao mesmo tempo, todos saíram da sala. _ Copper fique quero conversar com você. – Me sentei no meu lugar sem dizer uma palavra se quer, mesmo querendo discutir com ele. _ É sobre seu amigo, olha ele está com notas péssimas nas minhas disciplinas e faltando como ele está vai acabar repetindo e tenho certeza de que não é isso que ele quer, tentei entrar em contato com os responsáveis dele e não conseguir, teria como avisar a eles que preciso que eles venham aqui? _ Posso falar diretamente com o Kevin, minha tia está em uma gravidez e é de puro risco e eu temo que algo aconteça, meu tio ele tem pressão alta emocional e ambos querem ver o filho formado então se eu avisar diretamente a eles sobre isso tem um grande risco de dar errado. _ Então converse com ele, diga que ele precisa se organizar urgentemente estamos no fim desse bimestre e eu não pego leve nas provas. _ Ok, irei dizer a ele. – Sorri, eu estava preste a sair da sala quando escuto sua voz. _ Esqueceu que tem aulas extras Copper? _ Tenho? _ Tem, mas hoje eu tenho algo mais importante para fazer, então no sábado você ficará mais um pouco comigo. _ Ok. – Digo forçando um sorriso, na mesma hora que estou saindo Isadora entra, ela nos encara por um tempo, mas volta a sua atenção para o moreno. _ Não podemos nos atrasar de novo Enzo. – Ela aperta o braço dele, saio da sala antes que eles procriem na minha frente. Chego em casa e o silêncio me dá calafrios, depois de um banho, me visto com um short e uma camisa do meu irmão, saio de casa e vou direto para a casa do Kevin, já que seus pais sempre que fico sozinha insistem para que eu vá jantar lá. _ Cheguei. – Digo assim que entro na casa, dou um beijo nos meus tios e subo para o quarto de Kevin, abro a porta e me deparo com uma cena bem esquisita, Kevin estava saindo do banheiro com uma menina, eles riam, vejo a garota se assustar comigo e logo olha para Kevin que sorrir ao me ver. _ Kevin, não vai me apresentar sua amiga? – Perguntei me sentindo estranha, eu sabia que era ciúmes e raiva, mas a raiva me dominava, Kevin estava com alguém e nem tinha me falado sobre algo que era muito estranho já que ele nunca me escondia nada, principalmente uma garota. _ Essa é Debora, Debora essa é a Hanna minha melhor amiga. – Diz ele sorrindo fofo, vou dar na cara dele. _ Debora poderia nos dar licença, preciso ter uma conversa com esse ser. – A garota me encara com uma cara nada boa e continua parada na frente de Kevin que agora notei que estava sem toalha. _ Querida se sua preocupação é eu ver o pênis do i****a aí, não se preocupe eu já vi, mais que vi se é que me entende, poderia se vestir e sair? _ Olha aqui garota- _ Olha aqui você meu bem, eu preciso que saía do quarto agora, quero falar a sós com o meu melhor amigo com ele pelado ou não, então se nos der licença. – Dito isso eu me sento na cadeira do pc do Kevin enquanto a menina me encarava. _ Algum problema? _ Eu quero me vestir! _ Oh, sabe que tudo que você tem, eu também tenho né? Mas tudo bem. – Viro meu corpo para o computador que já estava ligado e começo a jogar um jogo qualquer fazendo Kevin perde alguns pontos, por eu não saber jogar aquela merda. Kevin se sentou na cama e ficou calado esperando a garota ir embora, me viro para ele assim que escutei a porta batendo. _ Não é nada sério. _ Enzo está puto com você, suas notas estão baixas e você está faltando muito e não é só nas aulas dele que você está indo m*l, ele está preocupado com o seu desempenho. _ Só isso? _ Sim, esse era o meu recado, já vou! _ Não vai ficar para o jantar? _ Mas é obvio que vou ficar, é a comida do Lucio que estamos falando. – Me levanto da cadeira. _ Você perdeu 6830 pontos no jogo, e da próxima vez me conte sobre quem está pegando e principalmente essa pessoa for a Rinally. – Saio do quarto dele e quando chego no andar de baixo vejo meus tios com a Debora, eles me olham. _ Hanna, tem algo a dizer a Debora? _ Sim, adorei sua tatuagem o que significa? _ Hanna! – Diz meu tio. _ Saco, desculpa está legal, eu nem sei o porquê de eu estar pedido desculpa. _ Hanna Copper Walker, que educação é essa? seus pais não a ensinaram assim, faça direito. _ Desculpa Debora, eu não deveria ter agido dessa forma. – Falo com um sorriso falso, escuto a voz de Lucio avisando que o jantar já está pronto, praticamente corro para a sala de jantar. _ Lucio. _ Olá Srta.Copper. – Encaro o homem ao meu lado. _ Estou brincando meu doce, faz tempo que não vem jantar por aqui, me senti traído, Mara está passando dos limites. _ Não seja tão dramático. – Digo o abraçando, assim que o resto do pessoal entrou ele sussurrou. _ Essa garota é uma megera, m*l caráter e a cópia perfeita e ainda pior da Katy (primeira namorada do Kevin) – Dito isso eu dou meu melhor sorriso, todos se sentam e somos servidos e quando Malia sem querer derrama um pouco do molho ao servir a garota, eu começo a rir com a falsa cara de “tudo bem” que ela faz, ela me olha com na base do ódio. _ Quer um paninho querida? – Pergunto sendo falsamente educada, _ Foi você quem mandou ela fazer isso, não foi? – Praticamente gritou comigo, a olho ainda sorrindo. _ Eu? claro que não, acha que eu perderia meu precioso tempo com você me poupe. – Dou um sorriso cínico, ela praticamente pula em cima da mesa e já sai puxando meu cabelo, como não sou de ficar apanhada eu começo a revida, puxo ela da mesa e a jogo com tudo no chão, ela geme de dor e eu só saio de cima quando sou tirada por Kevin que começa a gritar comigo como se a culpa fosse mesmo minha. _ Não é porque a p***a do seu ex te largou que você tem que ficar interrompendo a vida dos outros! – Ele disse, meu corpo paralisa ali, sinto um nó se formar em meu estomago, sinto meus olhos arderem algumas lagrimas escorrem em meu rosto e por sua face parece perceber o que tinha acabado de dizer. _ Como? Isso é sério Kevin? Eu te contei para isso? Melhor nem aparecer na minha casa ou falar comigo na moral, isso foi baixo. – Saio dali correndo deixando as lagrimas escorrerem sob meu rosto, nunca pensei que ele tocaria no assunto, e ainda mais para me machucar, assim que cheguei em casa chorando horrores e como um adolescente de respeito de drama queen assim que fechei a porta meu corpo escorrego nela até eu me sentar no chão em meio a lagrimas e dor, e a dor não era pela briga e sim pelas palavras de Kevin, escuto batidas na porta e a voz dele me chamando e pedindo desculpa, mas eu não iria abrir não queria olhar na cara dele, estava machucada de mais para isso, levanto do chão e vou para o meu quarto depois de um banho cheio de lagrimas eu me joguei na cama. Não fui para a escola todo o resto de semana e no sábado lá estava eu na escola esperando o ser mais irritante do mundo chegar na sala e por incrível que pareça só estava eu na sala, ele entrou e quando me viu pareceu que estava aliviado, seu olhar mudou de bravo para calmo em questões de segundos, sorrir para ele que retribuiu. _ Olá professor, como vai? _ Por onde andou Copper? Fiquei preocupado. – Fico em choque e aquilo era notável já que minha cara dizia tudo, quando ele ia se aproximar de mim, algumas pessoas entraram, dois rapazes que eram gêmeos, Kevin e Harry, estranhei o metido a valentão não está com o seu cachorrinho, Kevin me olhou e aquilo me doeu, eu estava com saudade dele, mas ele havia me machucado muito, então viro o meu olhar para o outro lado. _ Hoje a detenção será diferente, quero uma redação sobre a destruição da camada de oxônio, vocês têm 40 minutos. – Ele se senta em seu lugar e enquanto eu escrevia notava seu olhar em mim, as vezes eu buscava entender o que se passava na cabeça do meu professor, na verdade entender o que se passava na minha cabeça e na dele, porque em um momento estávamos brigando como duas crianças mimada e em outro momento estávamos nos tratando como velhos amigos cheios de i********e, algo que não temos e nunca teremos, pois eu deixei bem claro para a minha cabeça que Enzo Pattel é apenas o meu professor e tudo que eu venho imaginado nos últimos dias não vai acontecer. _ Copper pode me acompanhar? – Concordo sem falar nada e quando estavam em uma distância da sala. _ Como conseguiu esses machucados? _ Isso não é de seu interesse professor, acho melhor voltarmos para a sala, se sua namorada nos encontrar aqui pode imaginar algo de errado! – Falo e logo me arrependo já que vejo seu sorrisinho de canto, então tento sair dali, mas ele segura meu pulso. _ Primeiro, Isadora não é minha namorada e segundo eu quero saber quem fez isso com você. – Uma das suas mãos toca o canto da minha boca deslizando seu dedo pelo machucado que se encontra ali, seu rosto se aproximo do meu, sinto meu corpo paralisa, sinto sua respiração sobre meus lábios.
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